Os principais milagres de Santo Antônio

2015-04-10_190211

Sermão de Limoges

Num dia festivo, em Limoges, Santo Antônio pediu licença para pregar numa igreja paroquial. Como era imensa a sua fama, o povo deslocou-se para o local, mas o recinto era pequeno para acolher toda aquela gente e foi obrigado a pregar em praça pública. Mal havia começado o sermão, o céu escureceu e muitos relâmpagos e trovões anunciavam uma grande tempestade. O povo, atemorizado, começou a murmurar e já se dispunham a sair dali em busca de abrigo. Mas Santo Antônio pediu silêncio e, em nome de Deus, assegurou que não choveria naquele local, recomendando a todos que ficassem atentos à pregação. Tranquilizados, os fiéis ouviram o sermão até o fim. Quando se retiravam para suas casas, verificaram com muita admiração, que embora estivesse perfeitamente seco o local da pregação, toda a redondeza estava completamente alagada pela chuva da forte tempestade.

 

 

 

 

 

Os Pássaros e a Plantação

O pai de Santo Antonio, Martinho de Bulhões, gostava de ir a uma fazenda que possuía nos arredores de Lisboa. Um dia, levou o filho com ele. Ocorre que insaciáveis bandos de pássaros desciam continuamente para bicar os grãos de trigo. Era necessário espantá-los para impedir grave dano à colheita. Martinho encarregou o garoto de manter longe os pequenos ladrões. O pai se foi e Fernando permaneceu correndo de cá para lá no campo. Em pouco tempo , começou a se aborrecer com aquela ocupação. Não muito longe, uma capelinha rústica o convidava à oração. Mas o pai o mandara enxotar os passarinhos. Gritou então aos pássaros, convidando-os a segui-lo para dentro de uma sala da fazenda. Obedientes os pássaros entraram. Quando todos estavam dentro, Fernando fechou as janelas e as portas, e foi tranqüilamente fazer sua visita ao Senhor. Retornando o pai veio procurá-lo. Andou pelo campo, chamando-o , mas não o encontrou. Preocupado, dirigiu-se à capela e o descobriu, todo absorto na prece. Fernando tomou o pai pelas mãos e o conduziu ao salão repleto dos vôos e dos cantos dos graciosos prisioneiros. Abriu a porta e, a um sinal seu, os pássaros, em bando, retornaram os livres caminhos do espaço.

 

 

 

 

Sermão aos Peixes

Santo Antônio foi pregar na cidade de Rímini, onde dominavam os hereges que resolveram não ouvi-lo em hipótese alguma. Frei Antônio subiu ao púlpito e quase todos se retiraram e fugiram. Não esmoreceu e pregou aos que tinham ficado. Inflamado pela inspiração Divina, falou com tal energia que os hereges presentes, reconheceram seus erros e resolveram mudar de vida. Mas o Santo não estava contente com o resultado parcial Retirou-se para orar em solidão, pedindo ao Altíssimo que toda a cidade se convertesse. Saindo do retiro, foi direto às praias do Mar Adriático e, em altos brados clamou aos peixes que o ouvissem e celebrassem com louvores ao seu supremo Criador, já que os homens ingratos não queriam fazê-lo. Diante daquela voz imperiosa, apareceram logo os incontáveis habitantes das águas, e se distribuíram ordenadamente, cada qual com os de sua espécie e tamanho. Os peixes ergueram suas cabeças da água e ficaram longo tempo imóveis, a ouvi-lo.

 

 

 

 

 

 

 

 

O Jumentinho se curva diante da Eucaristia

Durante uma pregação, cujo tema era a Eucaristia, um homem se levantou dizendo: “Eu acreditarei que Cristo está realmente presente na Hóstia Consagrada quando vir o meu jumento ajoelhar-se diante da custódia com o Santíssimo. Sacramento”. O Santo aceitou o desafio. Deixaram o pobre jumento três dias sem comer. No momento e lugar pré-estabelecido, apresentou-se Antônio com o ostensório e o herege com o seu jumento que já não aguentava manter-se em pé devido ao forçado jejum. Mesmo meio-morto de fome, deixou de lado a apetitosa pastagem que lhe era oferecida pelo seu dono, para se ajoelhar diante do Santíssimo Sacramento.

 

 

 

 

 

Livro Roubado

Um dia, o frei descobriu que um noviço havia fugido do mosteiro e levado com ele seus comentários sobre o Livro dos Salmos. Então, rezou para o retorno de ambos. Em pouco tempo, o jovem arrependido voltou para a vida religiosa, acompanhado, é claro, dos manuscritos.

Seu amor ao próximo

Certa ocasião vieram buscar Frei Antônio para encomendar um defunto. O defunto fora um homem rico e avarento. Frei Antônio sabia disso. No momento do sermão, comentou aquela passagem do Evangelho: “Onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”. Explicou esta passagem de diversas maneiras:
– Se Deus for o teu tesouro, o teu coração estará em Deus.

– Se uma criatura humana for o teu tesouro e a tua paixão, ficarás pensando só nesta pessoa. Muitas vezes até com sensualidade e maus desejos.

– Se o dinheiro for o teu tesouro, então o teu coração viverá afogado no dinheiro. E esse homem que aí está no caixão? Será que ele colocou sua paixão na riqueza?

Todos entenderam o que o Santo queria dizer: Sim, o coração daquele homem estivera misturado com o dinheiro dele. Assim foi a sua vida. Assim era na morte: seu coração continuava no meio do dinheiro.

Os parentes do morto não gostaram desta fala. Queriam uma prova. Então o santo mandou abrir o cofre onde o homem guardava o dinheiro mal adquirido. Espanto geral: lá dentro do cofre estava o coração do homem rico, pulando ainda no meio das moedas, como se estivesse vivo.

 

 

 

 

 

Tempestade – Cede o mar embravecido

1) Entre as muitas lâmpadas votivas, que se vêem na Basílica do Santo em Pádua, uma existe em forma de nau. É um ex-voto do marquês Francisco de Mello, governador dos Países Baixos, na época em que aquela região era dominada pela Espanha, como reconhecimento ao Santo por ter sido protegido em meio a uma forte tempestade.

2) Em julho de 1694, do Oriente navegava para Veneza um navio, quando apanhado por forte ventania e as águas ficaram revoltadas. A corda da última âncora lançada se rompeu e, desta maneira, o navio ficou em perigo extremo. Marinheiros e passageiros, volveram seu olhar aos céus e fizeram voto de recolher uma oferta e entregá-la em piedosa romaria à Basílica de Santo Antônio em Pádua. Logo cedeu o mar embravecido e depois tudo correu bem até o porto. Os favorecidos, imediatamente deram cumprimento à promessa, indo deixar a oferta ao altar do Santo na Basílica de Pádua.

3) Um pescador, numa zona de Portugal, após o serviço do dia, deixa sua barquinha numa enseada, mas aconteceu que durante a noite o mar enfurecido, arrancou as amarras da barquinha e arrastando-a para longe, deixando desolado o pobre pescador, que se via assim privado do meio para o sustento dos seus. Cheio de confiança recomendou-se a Santo Antônio. Dois dias passados, eis que um senhor, de outra localidade, chegando aí, em conversa, conta que vira uma pequena barca de pescador aproada lá pelas bandas do seu rancho; e acrescenta um pormenor muito interessante, vinha na barquinha um fradezinho e ancorou com muita segurança embora o mar proceloso. Pela descrição, certificou-se o pescador que a barquinha devia ser a sua. Imediatamente dirigiu-se ao local indicado. E, na verdade, lá estava ela fora de todo o perigo. Trouxe-a de volta, com mil graças ao seu celeste protetor.

 

 

 

 

O aparecimento do Menino Jesus

Certa vez, Santo Antônio precisou de alojamento em Pádua e um senhor nobre, da família dos Condes de Camposampiero, teve a honra de o acolher em sua casa. Uma noite, vendo do lado de fora do quarto de Frei Antônio alguns raios de luz, aproximou-se e viu o Santo segurando nos braços um gracioso Menino que suavemente o acariciava. Ficou cheio de espanto por tão extraordinária maravilha. Compreendeu que se tratava do Menino Jesus que se tornara visível ao Santo para recompensá-lo com celestes consolações pelas fadigas sofridas. Enquanto ainda observava, o Menino desapareceu. Saindo do êxtase, Frei Antônio deixou o quarto e dirigiu-se ao dono da casa, dizendo que sabia que ele o havia observado durante a aparição. Pediu então com insistência que não revelasse o que tinha visto. O senhor cumpriu a palavra, somente revelando o fato depois da morte do Santo. A história o tocara profundamente e todas as vezes que a relatava, não conseguia reter as lágrimas.

 

 

 

 

Santo Antonio e o caso do julgamento de seu pai

Um rapaz foi assassinado perto da casa de Martinho de Bulhões, pai de Santo Antonio. Os assassinos levaram o corpo para o quintal de Martinho e ali o enterraram, sem que o proprietário do terreno soubesse. Mais tarde, foi descoberto pela Justiça o corpo na casa do infeliz fidalgo e este foi acusado pelo crime. Diante dos gravíssimos indícios de sua culpa, permaneceu quinze meses preso e, finalmente, estava sendo julgado e seria com certeza condenado à morte. Frei Antônio foi misteriosamente avisado do perigo que ameaçava seu pai. Imediatamente pediu ao Guardião do convento que o deixasse ausentar-se de Pádua por pouco tempo. Assim que foi autorizado, viu-se transportado num instante à Lisboa, indo direto ao tribunal e, depois de beijar a mão de seu pai em sinal de respeito, tomou a sua defesa. Os juízes ficaram impressionados com o aparecimento daquele inesperado advogado e com a segurança com que ele falava, mas não se convenceram da inocência do réu, tantas eram as provas que tinham de sua culpa. Faltando testemunhas de defesa, Santo Antônio apelou para o depoimento da vítima. Os assistentes, surpresos com a estranha proposta, começaram a rir. Mas Frei Antônio insistiu e os juízes levados pela curiosidade, consentiram que ele chamasse o morto como testemunha da defesa. Chegados à sepultura do falecido, o Santo ordenou que a abrissem e chamou o frio cadáver em voz alta, ordenando-lhe em nome de Deus que dissesse aos juízes a verdade sobre o seu assassinato. Imediatamente o morto levantou-se como se estivesse vivo e respondeu com voz sonora que Martinho de Bulhões era inocente e não estava manchado pelo seu sangue. Em seguida, deitou-se na sepultura. Santo Antonio, depois de se despedir do pai, desapareceu. Ficaram os juízes e a assistência assombrados com o milagre que acabavam de presenciar. O nobre Martinho de Bulhões, graças ao seu santo filho, teve sua vida salva. Os verdadeiros culpados foram descobertos.

Um violento pontapé

Um jovem disse ter dado um violento pontapé em sua mãe. Antônio lhe fez compreender a gravidade do seu pecado e arrependido e cheio de remorso, pegou uma machadinha e cortou seu pé. Quando Santo Antônio soube, foi conversar com o jovem. Suavemente o repreendeu e aproximando o pé à perna, curou-o vista de toda a gente.