Os melhores empreendedores tendem a ser de meia-idade, mesmo na área de tecnologia, aponta estudo

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Segundo pesquisa do MIT, entre as novas empresas de tecnologia que mais crescem, a idade média de seus fundadores era de 45 anos quando elas foram criadas 

Os jovens empreendedores do Vale do Silício costumam se destacar quando o assunto é case de sucesso. Muitas vezes também é difundida a ideia de que eles estão propensos a ter ideias mais valiosas. No entanto, um estudo realizado por pesquisadores americanos aponta que nunca é tarde para empreender e que, na maioria das vezes, os mais velhos e com mais experiência são mais bem-sucedidos. 

“Se você olhar para a idade e as grandes conquistas nas ciências em geral, elas não são atingidas por quem tem 20 anos”, afirma Benjamin Jones, professor de estratégia da Kellogg School of Management, escola de negócios da Universidade Northwestern (Estados Unidos).

Em parceria com Javier Miranda, do Departamento do Censo dos Estados Unidos, Pierre Azoulay e J. Daniel Kim – os dois últimos do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) -, Jones realizou um levantamento publicado em 2018 com base em declarações de impostos, informações do Censo americano e outros conjuntos de dados federais.

O grupo chegou a uma lista com 2,7 milhões de fundadores de empresas. Após análise, os resultados foram:

  1. Os melhores empreendedores tendem a ser de meia-idade;
  2. Entre as novas empresas de tecnologia que mais crescem, a idade média de seus fundadores era de 45 anos quando elas foram criadas;
  3. Um empresário de 50 anos tem quase duas vezes mais chances de ter seu sucesso acelerado do que um empresário de 30 anos.

Estigmas

Para a sociedade em geral, essas descobertas podem ter trazido algumas questões: os aspirantes a empreendedores podem estar superestimando ou subestimando suas chances de sucesso com base na própria idade? Afinal, se os investidores estão relutantes em apostar nos mais velhos, muitas startups com potencial de serem bem-sucedidas podem nunca decolar.

Jones acredita que existem algumas razões para pensar que os mais jovens são melhores empreendedores, especialmente na área de tecnologia. Ele cita Mark Zuckerberg e a relação que a sociedade faz entre juventude e ideias transformadoras. 

Além de serem nativos digitais, as pessoas na faixa dos vinte anos estão menos propensas a ter hipotecas ou famílias que as distraem de seus objetivos profissionais, o que as colocaria em vantagem.

Por outro lado, o professor afirma que a história oposta é igualmente convincente: as pessoas mais velhas tiveram décadas para construir suas empresas e desenvolver habilidades de liderança e resolução de problemas que ajudaria qualquer startup a prosperar. 

Se há uma moral da história, é possível dizer que os jovens bem-sucedidos do Vale do Silício  chamam mais a atenção, mas ninguém é velho demais para empreender e atingir o sucesso com seu próprio negócio