Operações bancárias online crescem de forma acentuada

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Preseidente do Sindicato do Bancários de Bento diz que em até três anos 50% das operações serão feitas através de aplicativos

 

Uma a cada três transações bancárias passou a ser feita pelo celular no Brasil em 2017, apontou uma pesquisa divulgada pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). A maioria dessas interações dos clientes com o aplicativo, no entanto, era para consultar saldo, já que as operações que envolviam movimentação financeira cresceram mas ainda representam 7% do total.
O mobile banking, o canal dos bancos oferecido por meio de aplicativos para celular e tablets, se tornou responsável por 35% das 71,8 bilhões de transações feitas no ano passado. Em Bento Gonçalves a realidade não é diferente, e de acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários de Bento, Valdir Bussolotto, esse aumento de consultas através de aparelhos de celular deve diminuir o número de funcionários nos bancos.
“É uma tendência de aumentar a utilização de celulares e não tem como voltar atrás. Fica também mais cômodo para o cliente que usa os aplicativos. Os bancos fazem investimento alto em cima da segurança no sistema do aplicativo. É uma pena que com isso diminua os funcionários dentro dos bancos e os que ficam não dão conta da demanda que ainda tem”, comenta.
Ainda de acordo com Bussolotto, com o uso de aplicativos de bancos para realizar consultas e atividades bancárias, acontece demissões e dificilmente são repostos. “Ainda tem agências bancárias em que o cliente espera muito tempo para ser atendido. A maioria da população ainda não sabe lidar com isso. É positivo de um lado, mas do outro lado observo como uma extinção da categoria. Acredito ainda que em até três anos, 50% das operações das serão feitas pelos aplicativos”, projeta.
A estudante Maísa De Marco, 24 anos, (que há pelo menos dois anos utiliza aplicativos bancários) também está atualizada e diz que através do celular resolve situações sem sair de casa. “Eles são fáceis de usar, facilita muito a vida porque é possível fazer tudo pelo celular e não precisa sair de casa para pagar conta. Claro, tem que ter os devidos cuidados, mas sem dúvida é um facilitador para o dia a dia, principalmente de bancos”, acredita.
O jornalista Eduardo Borile Junior, 24 anos, utiliza aplicativos bancários há quatro anos e destaca as vantagens da utilização de aplicativos, principalmente para quem tem o hábito de estar conectado. “Em um mundo conectado, as compras pela internet se tornaram um grande atrativo para àqueles que, como eu, que tem uma vida agitada. Neste sentido, os apps bancários auxiliam os consumidores para que tenham um maior controle das finanças pessoais. Por meio dos agendamentos de pagamentos, por exemplo, se torna, eu diria “mais mensurável” a vida financeira”, explica.
Uma das preocupações de pessoas que utilizam aplicativos para pagamentos de contas é a segurança dos dados. Borile também destaca a importância de estar conectado com o devido cuidado para não ter informações roubadas. “Segurança da Informação é um tema polêmico. O único dispositivo totalmente seguro é aquele que desconectado da internet ou desligado (e mesmo assim ele pode ser roubado). Contudo, percebo que os apps bancários estão, cada vez mais, seguros (com ID e protocolos de segurança)”, salienta.
Mas nem todos são familiarizados com aplicativos bancários. Os idosos estão mais distantes dessa realidade, e dificilmente utilizam celulares para resolver questão básicas dos bancos. Salete dos Santos, 65 anos, diz não confiar em aparelhos celulares para resolver problemas bancários. “Nunca utilizei celular e nem pretendo porque não confio nessas tecnologias para trabalhar com dinheiro. Sei de pessoas que perderam muito dinheiro porque foram fazer pagamentos através de aplicativos. Não confio no serviço online”, diz.

Mobile Banking
Em 2016, os aplicativos se tornaram o principal meio de contatos das instituições financeiras com seus clientes. Na edição deste ano do relatório, a Febraban revisou os números e reduziu a vantagem do mobile banking sobre os demais canais no ano retrasado – era de 34% e foi corrigido para 27%.
As transações feitas pelo internet banking subiram 2%, para 15,8 bilhões, em 2017. Somados, Os dois canais foram os únicos que passaram a fazer mais operações de um ano para outro e, somados, respondem por 58% de todas as interações de clientes.

Movimentação financeira
Apesar de serem os mais buscados por clientes, os aplicativos e sites dos bancos são deixados de lado quando o objetivo é fazer transações que envolvam movimentação de dinheiro. Respondem apenas por 21% desse tipo de operação.
Nesse quesito, o internet banking é mais relevante do que o mobile banking, já que 22,7% de suas operações envolviam algum tipo de movimentação financeira. Nos aplicativos, esse item respondeu por apenas 7%.
Enquanto isso, as operações envolvendo dinheiro responderam por 100% nos pontos de venda no comércio;
92% nos correspondentes no país;
51% nas agências bancárias;
44% nos caixas eletrônicos.
A operação mais realizada no celular pelos clientes de bancos é a consulta de saldo, que respondeu por 73,4% do total, seguida pelo pagamento de contas, que correspondeu a 34,7% do total.
Apesar de ficar atrás de caixas eletrônicos e agências bancárias quando o assunto é transação financeiro, os aplicativos e sites dos bancos lideram em algumas categorias específicas desse tipo de operação, como pagamento de contas e transferências.
A pesquisa da Febraban foi feita em parceria com a Deloitte e contou com a participação de 24 bancos, que representam 91% dessa indústria no Brasil.