Número de crianças que não sabem ler e escrever cresce na pandemia

2015-04-10_190211

Aumento foi de 66,3%, aponta pesquisa

 

O número de crianças de seis e sete anos no Brasil que não sabem ler e escrever cresceu 66,3% de 2019 para 2021, de acordo com dados divulgados pela organização “Todos Pela Educação”.

A análise foi feita a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e torna explícito um dos efeitos da pandemia de Covid-19 no ensino brasileiro.

Ao todo, 2,4 milhões de crianças brasileiras não estão alfabetizadas nesta faixa etária. O número corresponde a quase metade (40,8%) do grupo inteiro. A nota técnica “Impactos da pandemia na alfabetização de crianças”, divulgada pela organização, declara que “a situação é preocupante em diversas dimensões”.

O documento ainda aponta que o aumento expressivo no número de crianças não-alfabetizadas no país tem impacto mais grave entre alunos negros e pobres.

Ao todo, 47,4% das crianças pretas não estão plenamente alfabetizadas; entre as pardas o índice é 44,5%. Já entre crianças brancas, o número atual é de 35,1%.

Quando avaliados os domicílios ricos do país, o índice é de 16,6%. Já entre os pobres, o número salta para 51%. A nota técnica, divulgada pela CNN, conclui que ações presentes e futuras do Poder Público, em todas as esferas, são fundamentais para mitigar os efeitos negativos vistos.