Novo golpe do Pix tem com uso de informações sigilosas

2015-04-10_190211

Criminosos usam nome, sobrenome e imagem do gerente de conta, citam dados sigilosos de transações para ganhar confiança

Criminosos se passam por funcionários de instituições financeiras e conquistam a confiança das vítimas para pedir transferências ou depósitos
Os clientes usam as redes sociais para denunciar uma nova forma de golpe via Pix. Usando informações resguardadas pelo sigilo bancário, como movimentações da conta corrente, os bandidos fingem ser funcionários das instituições financeiras, conquistam a confiança da vítima e tentam aplicar o golpe, solicitando transferências e depósitos.

Veja no relato abaixo, como os bandidos agem

A jornalista Marcella Centofanti, de 44 anos, foi alvo dos criminosos na terça-feira. Ela recebeu uma ligação de um certo funcionário do Banco Itaú informando que sua conta havia sido invadida por criminosos e, por medida de segurança, bloqueada.
Marcella acreditou que o contato era verdadeiro por causa das informações citadas. “Ele citou o que saiu e que entrou na minha conta nos últimos dias, inclusive transações via Pix, com nomes e valores, além de débitos automáticos precisos até nos centavos”, conta a moradora de Ilhabela, litoral paulista.
Com a orientação do bandido, Marcella criou uma nova senha pelo aplicativo do banco. O atendimento foi articulado e atencioso, sem que o interlocutor pedisse os dados pessoais. Pelo contrário, orientou que ela não clicasse em nenhum link nem compartilhasse sua senha. Até a música de espera era a mesma usada pelo banco. Desconfiada, ela atribuiu ao gerente de sua agência e seu namorado.
O golpe entrou na fase final quando o criminoso informou que a conta de Marcella havia sido acessada por dois aparelhos iPhone, de Santo André, no ABC paulista, com três depósitos entre R$ 9 mil e R$ 10 mil cada. Ele citou os nomes e os bancos dos endereçados. Já desesperada, Marcela resistiu às operações. O criminoso pediu que ela refizesse as transferências, com os mesmos valores, para as mesmas contas. Segundo ele, o banco reconheceria a duplicidade e cancelaria a operação. Marcella teve certeza que era um golpe.
Depois que ela desligou, houve nova tentativa de fraude. Uma mulher, usando o nome e sobrenome do gerente de sua agência, disse que estava ligando um pedido do departamento de segurança do banco. “Ainda estou abalada. A gente perde a confiança. Consulte minha conta a todo momento para verificar se está tudo bem. Vou ficar na agência e fingir registrar um boletim de ocorrência.”
Marcella diz que recebeu uma mensagem em que o Itaú afirma que “em regra, informações sobre a conta bancária ou outras operações são resguardadas pelo sigilo bancário e apenas podem ser prestadas ao respectivo titular (ou ao seu representante legal/procurador com poderes específicos ou terceiro mediante autorização expressa)”. Em outro trecho, a instituição informa que “atribuiu aos órgãos competentes para análise e avaliação”.