A manifestação acontece em meio à discussão para mudar novamente a carga horária dos alunos do ensino médio. O governo Lula (PT) enviou projeto de lei com 2.400 horas, mas o relator da proposta, deputado federal Mendonça Filho (União-PE), vai sugerir 2.100 horas.
O grupo de professores defende que alunos do ensino médio regular e do técnico tenham garantidas as 2.400 horas para aulas básicas. “Isso implica um esforço maior dos governos estaduais para garantir a existência de uma escola com infraestrutura e profissionais da educação valorizados”, diz o documento.
Além da carga horária, o grupo critica a desobrigação para o ensino de língua espanhola. “O projeto do governo Temer rompia e esfriava a relação com os países vizinhos [ao incluir a obrigação apenas para o inglês]. É um retrocesso”, afirma o professor da Faculdade de Educação da USP, Fernando Cássio.
O Consed, conselho que reúne os secretários estaduais de Educação, defende as alterações previstas por Mendonça. Os representantes se reuniram com o relator na semana passada. A reportagem procurou o grupo, mas o conselho diz manter as sugestões feitas ao relator e não quis comentar as críticas dos pesquisadores.
Reforma desagradou petistas
A reforma do ensino médio ocorreu no governo Temer e desagradou setores ligados ao PT. Houve o pedido de revogação do modelo no início do ano, mas o governo Lula decidiu suspender a implementação e abrir o tema para consulta pública.