Novo ciclone se forma no meio da semana com chuva e vento

2015-04-10_190211

Muito diferente dos últimos três ciclones que impactaram o Rio Grande do Sul e tiveram a sua formação mais ao Norte

 

Novo ciclone extratropical impactará o tempo no Rio Grande do Sul na metade desta semana e será responsável por trazer chuva, vento e queda de temperatura, mas a MetSul Meteorologia antecipa que as expectativas em torno de impactos deste sistema não devem ser maiores, uma vez que os seus efeitos tendem a ser muito menores que em sistemas anteriores nos últimos dois meses.

O que vai acontecer? Uma frente semi-estacionária traz chuva desde este começo de semana para cidades principalmente do Oeste e do Sul do Rio Grande do Sul com ar frio no Sul gaúcho e ar mais quente atuando no Norte do estado. Os volumes de chuva entre hoje e quarta-feira vão passar de 50 mm em muitas cidades entre a Campanha e o Sul gaúcho com marcas isoladas de 75 mm a 100 mm, e até isoladamente superiores.

Na quarta-feira, uma área de baixa pressão vai começar a se aprofundar junto a este sistema frontal. Na manhã da quarta, a baixa pressão vai estar com 1.010 hPa cerca de 200 quilômetros a Leste do Chuí sobre o Oceano Atlântico. Será o começo do processo de ciclogênese, ou seja, de formação de um ciclone.

Na tarde da quarta-feira, a baixa pressão estará na foz do Rio da Prata, cerca de 300 quilômetros a Sudeste de Montevidéu, com pressão mínima central estimada ao redor de 1.000 hPa, já como um ciclone configurado e em intensificação. No final da quarta-feira, o centro do ciclone estará mais intenso, com pressão ao redor de 995 hPa, sobre o Oceano Atlântico Sul, mas já se distanciando do continente e a cerca de 500 quilômetros a Sudeste de Montevidéu.

No começo da quinta, por sua vez, a tempestade no mar já estará a quase mil quilômetros a Sudeste de Montevidéu e do Chuí. No final da quinta-feira, o ciclone já vai estar muito distante do continente, em longitude aproximada de 35ºW, ou seja, cerca de 1.500 quilômetros longe do continente

. CENÁRIO MUITÍSSIMO DIFERENTE DOS ÚLTIMOS CICLONES

Ciclones extratropicais são absolutamente comuns e recorrentes em nosso clima. Ocorrem no Atlântico Sul semanalmente. Não raro há dois ou três ciclones no Sul do Atlântico perto da Argentina e da Antártida. Em regra, estes sistemas se formam na foz do Rio da Prata ou junto ao Leste da Argentina.

Já ciclones na costa do Sul do Brasil são menos frequentes, embora não raros. Quando há uma ciclogênese na costa do Sul do país, perto do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, os efeitos tendem a ser mais graves em termos de chuva e vento pela maior proximidade do centro de baixa pressão profundo.

O ciclone desta semana vai se dar na área em que comumente se formam os ciclones, a Sudeste do Chuí e na foz do Rio da Prata, mais ao Sul. Muito diferente dos últimos três ciclones que impactaram o Rio Grande do Sul e tiveram a sua formação mais ao Norte

. O ciclone de 15 e 16 de junho, que deixou 16 mortos, se originou de uma baixa que se formou na costa do Sudeste do Brasil e migrou de forma anômala do mar em direção ao continente até o ciclone ganhar força sobre o mar junto ao Litoral Norte gaúcho, onde permaneceu por horas antes de se afastar.