Nem funcionários do Google acreditam na janela de navegação anônima

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O modo anônimo do Google apenas serve para que o navegador não guarde informações no histórico

Tudo o que você pesquisa na internet fica gravado no sistema de navegação. Algumas pessoas recorrem à guia anônima do Google para fugir da vigilância, no entanto, a plataforma pode não ser tão segura quanto parece.

Usuários entraram com uma ação coletiva contra o Google por supostamente rastrear dados enquanto eles usavam o modo anônimo. O processo será julgado na próxima terça-feira (18) nos Estados Unidos.

Na ocasião, a juíza distrital dos EUA Yvonne Gonzalez Rogers decidirá se milhões de pessoas podem ser agrupadas para buscar danos estatutários de US$ 100 a US$ 1.000 por violação (de R$ 529 a R$ 5.290).

Na disputa judicial, a companhia argumenta que, embora seja de conhecimento comum, o modo anônimo não torna a navegação invisível. Ou seja, nessa versão, os usuários supostamente deram consentimento para o Google rastrear os dados.

“O modo de navegação anônima oferece aos usuários uma experiência de navegação privada, e deixamos claro como funciona e o que faz, enquanto os demandantes neste caso descaracterizaram propositalmente nossas declarações”, alega.

Ou seja, na prática, o modo anônimo apenas serve para que o navegador não guarde informações no histórico, além de apagar cookies. Por causa disso, até mesmo funcionários da empresa já se pronunciaram sobre o modo de operação.

“Precisamos parar de chamá-lo de modo anônimo e parar de usar um ícone de espião”, falou um engenheiro da corporação em um bate-papo entre os engenheiros do Google Chrome em 2018. A fala aconteceu após compartilhar pesquisas que mostraram aos usuários recursos mal compreendidos dos modos de navegação privada.