Mulheres discutem no CIC seu papel na sociedade

2015-04-10_190211
Presidente do CIC-BG cobra mais articulação política em favor do RS

Bem-sucedidas profissionalmente e engajadas nas causas da comunidade, conciliam projetos pessoais com rotina atarefada, sem perder a feminilidade. As painelistas que participaram do encontro ‘A mulher na sociedade’, realizado na manhã de 25 de março no Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves, foram unânimes em um desejo: elas querem respeito e igualdade. Essa foi a tônica dos discursos durante painel reuniu a empresaria Erci Grapiglia, coordenadora do festival Bento em Dança e presidente do Lar da Caridade; Maria Isabel Machado, titular da 1ª Delegacia de Polícia; Romani Dalcin, Juíza de Direito, diretora do Fórum de Bento Gonçalves, titular da Terceira Vara Cível e também Juíza Eleitoral; Susana Giordani, empresária do Grupo Giordani Turismo.
Distantes dos conceitos extremista de feminismo, elas defenderam que o ser humano – homens e mulheres – precisam ser tratados da mesma forma, com respeito a seus direitos, igualdade de condições e oportunidades, sem favorecimentos ou cerceamentos. “Não concordo que a mulher precise de proteção ou benefícios. Chega de nos colocarmos nessa condição de ‘coitadismo’. Vamos à luta, vamos crescer, vamos vencer”, sintetizou a juíza Romani Dalcin. Em concordância, a empresária Susana repetiu uma máxima que ensina aos filhos: “coloque vontade no corpo e vá batalhar. Alcance suas conquistas por mérito próprio. Isso vale tanto para mulheres quanto para homens: o critério da meritocracia”, cravou.
Tão capazes quantos os homens, as mulheres não podem cometer o erro de se diminuírem, na opinião de Erci Grapiglia. “Nós estamos em posição de igualdade com o homem, temos as mesmas capacidades. Não podemos ser submissas e nem utilizar isso de pretexto para deixarmos de fazer a nossa parte. Vamos nos assumir enquanto mulheres e ir em busca do que queremos”, afirmou.
Esse empoderamento, felizmente, é um discurso que saiu da retórica e ganhou a prática. “É nítido que, hoje, a mulher está muito mais forte e confiante para brigar por seus direitos. Para denunciar uma agressão – fatos que, certamente, já ocorriam, mas que agora não estão mais sendo tolerados em silêncio. As mulheres estão mais crentes nas instituições e, principalmente, não estão mais dispostas a sofrer abusos”, disse a delegada Maria Isabel Zerman Machado.

Família e valores
Tabu na sociedade, o papel da mulher na família foi tema de reflexões durante o painel. As painelistas pontuaram sobre a multiplicidade de papeis da mulher influencia em aspectos como a formação dos filhos. “Acredito que um tempo de qualidade passado com as crianças seja muito mais valioso do que a quantidade de horas. Os filhos precisam sentir que a mãe está bem, realizada – e só nessa condição a mulher consegue exercer bem seu papel”, disse Susana.
O debate relembrou, também, sobre a responsabilidade que mães – e pais – carregam para com os filhos. “O ambiente familiar dá condições para uma criança se desenvolver pelo caminho da retidão. Os pais têm essa responsabilidade de criar uma juventude mais saudável através da transmissão de valores, de olhar para esse outro ser”, alertou Erci. Cabe a eles, então, o direito e o dever de ser duros e exigentes com relação aos filhos. “Estamos assistindo nas últimas décadas a uma ditadura dos filhos sobre os pais. Essa falta de firmeza na educação gera jovens despreparados”, disse Romani.

Envelhecimento e aceitação
Inevitável quando o assunto são mulheres, o tema da vaidade foi abordado sob diferentes pontos de vista. “Você precisa saber dosar a vaidade. É importante se valorizar e se cuidar, mas isso não pode criar uma barreira que dificulta o acesso das pessoas a você. No ambiente de uma delegacia, onde muitas vezes as pessoas chegam após sofrer uma agressão, é preciso um equilíbrio para que o excesso não seja intimidador”, ponderou a Delegada Maria Isabel.

A empresária Erci Grapiglia aconselhou: “prepare-se e aprenda com o envelhecimento, ele faz com que seus valores e prioridades mudem. Mas, acima de tudo e sempre: amem-se na condição em que estão, não briguem consigo mesmas”, ensinou.