Mulheres com mais de 50 ganham destaque nas passarelas

2015-04-10_190211

A beleza marcante das mulheres que decidiram envelhecer naturalmente — sem botox ou tintas capilares — começou a aparecer na publicidade, inicialmente no papel de avó e só recentemente como objetos de desejo

 

Se a indústria da moda está cada vez mais inclusiva — corpos de todas as cores e tamanhos desfilam — uma fronteira ainda precisava ser quebrada: a presença de mulheres com o cabelo branco nas passarelas de alta costura. Isso porque quando o assunto é vestido de gala, os estilistas geralmente preferem mostrar suas roupas com as tradicionais “manequins”, mulheres altíssimas e esqueléticas, que transmitem muito pouco além da roupa que vestem, assim como acontece com as versões em plástico nas vitrines das lojas. Porém, na “Haute Couture Week”, semana que antecede o “Paris Fashion Week”, essa convenção da moda foi rompida.

O diretor criativo da marca, ofereceu duas coisas raramente vistas nas passarelas das roupas feitas a mão: cabelos grisalhos e corpos curvilíneos.

A beleza marcante das mulheres que decidiram envelhecer naturalmente — sem botox ou tintas capilares — começou a aparecer na publicidade, inicialmente no papel de avó e só recentemente como objetos de desejo.

Atrizes consagradas como Jodie Foster e Andie MacDowell pratearam o tapete vermelho do último Festival de Cannes e encabeçam uma tendência que veio para ficar.

O fenômeno não acontece apenas no exterior, no Brasil as cinquentonas — ou mais — estão em campanhas de maquiagem, roupas e também nas passarelas, ainda que de maneira mais tímida.

As pessoas mais maduras têm um poder financeiro mais alto e, quando a mulher consegue se identificar, também é mais fácil para a marca conseguir vender, alegam as grandes marcas de olho num segmento que foi ignorado até então.

Ao mostrar que são seguras de si, essas mulheres revelam capacidade de influenciar diferentes gerações.

A revolução está iniciando, e, quem sabe um dia chegue no mercado corporativo, onde nem os homens acima de 60 têm mais espaço, sendo substituído pelo frescor  e a falta de bagagem típica dos  jovens.

Em momentos de crise  econômica como que se está passando em decorrência de pandemia e más decisões na esfera política, a experiência  dos sessentões encurtaria caminhos para o resultado final, sem passar pelas tentativas e erros de novas estratégias.