Facebook anunciou esta semana que usa inteligência artificial para remover contas de menores de idade. A medida se faz necessária depois de exemplos de suicídio de menores que não lidam com críticas.
As crianças que já nasceram no mundo Web, se encantam pela rede social . Todo progresso trás as mazelas, pois o detalhe de que só é permitido ter perfil pessoas acima dos 13 anos, devido a facilidade de enganar o sistema, somado a falta de cultura de muitos papais e mamães, e em termos gerais do povo brasileiro, facilmente os pequenos mentem na hora de preencher o ano de nascimento e pior, com apoio dos pais.
Mesmo se analisarmos países mais desenvolvidos observamos que através de pesquisa realizada nos Estados Unidos, que entrevistou pais de mil crianças menores de idade que estão no Facebook. O resultado foi que entre elas, 38% tinham 12 anos ou menos e 4% tinham idade de 6 anos ou menos. Um outro detalhe analisado pela pesquisa foi o monitoramento feito pelos pais – 51% dos pais têm a senha das crianças e acessam suas contas, 24% são ‘amigos’ de seus filhos na rede, 8% vigia as páginas na tela do computador e 17% não faz qualquer tipo de monitoramento.
“Os pais que precisam usar recursos para monitorar seus filhos demonstram que algo não vai bem na relação e precisam rever isso, uma vez que a confiança entre ambos é fundamental para a construção de valores morais”, afirma a doutoranda em Psicologia Educacional da UNICAMP, Adriana Ramos.
A regra básica é:
somente maiores de 1
3 anos no Facebook.
Conforme as regras de uso do Facebook, apenas adolescentes a partir de 13 anos podem criar uma conta na rede social. O objetivo é permitir apenas a entrada de pessoas que, mesmo ainda muito jovens, já sejam capazes de separar o certo do errado e fazer escolhas baseadas nos seus valores.
De acordo com a coordenadora do Childhood Brasil, Erika Kobayashi, que trabalha em programas sobre proteção infantil como o “Navegar com Segurança”, os responsáveis precisam ficar atentos. “É importante que os pais monitorem seus filhos, e que eles sigam as regras básicas estipuladas pelas redes.
É muito importante ter a consciência de que as crianças interagem de muitas formas diferentes e que isso representa perigos”, afirma.
Privacidade de fotos
e posts expostos
Outro motivo para manter as crianças menores de 13 anos fora do Facebook diz respeito à privacidade de posts e fotos nas redes sociais. É que, mesmo que a nova geração já tenha nascido no mundo online, informações importantes como a configuração de privacidade, podem passar despercebidas se um adulto não ‘blindar’ o perfil do menor como privado.
“Crianças sozinhas em fotos de perfil ou nos álbuns jamais, isso é uma regra básica. Também vale não disponibilizar publicamente as imagens delas em alta resolução. Cibercriminosos podem usar as fotos de boa qualidade para montagens, ou disponibilizá-las em sites de conteúdo abusivo e pornográfico”, disse Kobayashi. Além disso, manter públicas fotografias de crianças pode ajudar outras crianças que praticam bullying a usá-las de forma inadequada.
Rastreamento e
localização fácil
As conversas em chats, em geral, oferecem a localização dos usuários na hora de enviar uma mensagem via dispositivos móveis (smartphones e tablets) e alguns computadores. Sem o bloqueio dessas funções, as crianças também podem se tornar alvo fácil de localização.
Além disso, a publicação imediata de fotos – ou os marcadores de fotos – com locais indicados no Facebook, também contribui para localizar esses usuários facilmente.
Contato facilitado
com estranhos
Uma das funções básicas do Facebook é aproximar pessoas conhecidas e permitir que o usuário conheça outras novas por meio da plataforma. Por isso, qualquer pessoa pode ter acesso ao perfil de uma criança, inclusive desconhecidos, se tiver conta na rede social.
“Os pais precisam ficar atentos aos contatos na rede social. É necessário orientar a criança a não abrir a webcam para qualquer um, assim como não contar detalhes da vida pessoal. Mas o principal, é o que vale na rua também: não conversar com estranhos”, orienta Kobayashi.
Bullying, assédios
e abusos
Nas redes sociais, atitudes como o ciberbullying, o bullying virtual, se tornaram muito mais corriqueiras, assim como assédios e abusos. Por isso, a orientação para ter cuidado com o que é publicado, curtido, compartilhado e comentado na rede social é extremamente válido.
O Facebook mantém campanhas que orientam os usuários a não praticar bullying e avisar ao site sobre atitudes ofensivas.
Assim, as configurações de controle de fotos, a privacidade do perfil e a divulgação da localização da criança se tornam fatores cruciais para a preservação da mesma online.
Spam, pornografia,
violência
O Facebook não possui ferramentas de controle dos pais na rede. Dessa forma, a criança fica “livre” para ter o acesso à quaisquer conteúdos abusivos disponíveis publicados por outros usuários.
E, engana-se quem pensa que isso significa apenas pornografia. Fotos, textos, grupos de discussão e vídeos violentos também circulam pela rede social, e aos montes.
Há também políticas internas para denunciar esse tipo de conteúdo inadequado na rede social. Porém, a ferramenta de alerta não garante que o site fique livre de imagens e textos abusivos que se reproduzem e se renovam todos os dias pelas mãos dos próprios usuários.
Links maliciosos,
plugins e golpes
O número de golpes, links e plugins maliciosos no Facebook também é grande. Em geral, eles vêm acompanhados de imagens atrativas ou promoções que prometem viagens, smartphones e uma infinidade de outros prêmios. Tudo isso chama a atenção de usuários das mais variadas idades, incluindo crianças que buscam por jogos e outras brincadeiras.
Ao acessarem tais links e serem vítimas de golpes, os pequenos podem acabar divulgando dados pessoais ou adquirindo algum vírus para o dispositivo que usam para acessar a web.
Conteúdo pago com
dados do cartão
dos pais
Os jogos são um dos maiores atrativos para crianças no Facebook. No entanto, alguns conteúdos deles podem ser pagos na rede social. Fazendo uso do cartão dos pais, mesmo quando autorizado, a criança pode disponibilizar dados indevidos, ser vítima de novos golpes bancários e vírus, ou mesmo fazer “compras” acima do limite dado pelo pai ou pela mãe.
É preciso
estabelecer limites
Ainda de acordo com Erika Kobayashi, nem sempre as redes sociais são vilãs. Segundo a especialista, há muita coisa boa que a criança pode aprender usando a web e as redes sociais. Mas, para isso, é importante ter uma fiscalização dos pais, que precisam navegar junto com essas crianças e criar limites para o espaço que a Internet ocupa na vida delas.
“É importante que os pais também definam um tempo de navegação. O uso excessivo da web, em geral, pode acarretar outros problemas, como distúrbios do sono, por exemplo”.