Modelo atual do sistema de saúde precisa mudar

2015-04-10_190211

Há muito que se discute que este modelo de gestão – se é que se pode chamar de gestão – está falido. Soluções apontadas por especialistas para resolver as deficiências do sistema de saúde passam por medidas como a criação de estruturas regionais de serviços médicos e a integração entre as redes pública e privada, além de melhoria na gestão de recursos.
A necessidade de solucionar a crise na saúde está levando instituições e especialistas a debaterem profundamente o assunto.Embora a conjuntura econômica momentânea (esperta-se) imponha adversidades, são os problemas estruturais que mais preocupam os especialistas.
A gestão dos recursos é ineficiente na saúde pública, mesmo em bolhas de crescimento econômico, e precisa de uma reestruturação.
O caos da saúde pública está em todos os lugares desde os grandes centros, até a mínima cidade com seus necessários 3 mil habitantes. No interior do país, os problemas se agravam e a falha na prestação do serviço coloca em risco a vida de milhões de brasileiros. A solução para alcançar todos os usuários é reformar a estrutura e logística de atendimento. Apesar de o Sistema Único de Saúde (SUS) ser alvo de descrença entre muitos brasileiros, medidas parecidas já deram certo em outras nações.
Em muitos países da Europa, os sistemas de saúde foram universalizados para todos os cidadãos.As taxas de reclamações em países como Inglaterra e França são baixas e não faltam casos de sucesso. Para mudar o rosto da saúde pública no Brasil, deve acontecer uma reformulação no funcionamento do sistema.
Criar estruturas de saúde regionais, instituídas de acordo com as necessidades de cada região. Hoje, os hospitais de referência estão nas capitais e as cidades menores ficam com a saúde cada vez mais precária. Uma das sugestões de especialistas seria agrupar as cidades menores e implementar centros de emergência e unidades básicas de saúde mais próximas da população. Outro ponto grave, que é unanimidade entre os especialistas, como os do Conselho Federal de Medicina, é a gestão do sistema, que é realizada de forma incompetente.
O resultado disto é o caos, como acontece aqui em Bento Gonçalves e no resto do País. Saúde sem recursos do município, por decisão do prefeito em exercício, resulta no depoimento dos usuários da UBS do centro, retratados nesta edição, agravados pela vã tentativa de funcionários e do próprio secretário de saúde do município em criar uma realidade mais cor de rosa para contar.