A Caixa Econômica Federal anunciou na segunda-feira (16) duas medidas que visam facilitar a aquisição da casa própria e esquentar o mercado imobiliário: a redução das taxas de juros do crédito imobiliário e o aumento do percentual do valor do imóvel financiado.
Depois de um hiato de mais de um ano na redução de juros- o último reajuste havia sido feito em novembro de 2016- o banco definiu as taxas mínimas de 9% ao ano (antes era 10,25%), no caso de imóveis do Sistema Financeiro de Habitação (SFH); e 10% ao ano (antes era de 11,25%) ao ano para imóveis enquadrados no Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI). As taxas máximas caíram de 11% para 10,25%, no caso do SFH, e de 12,25% 11,25%, no SFI.
O percentual, inclusive, é menor que o da redução de novembro de 2016. Na ocasião, as taxas mínimas passaram de 11,22% para 9,75% ao ano para imóveis financiados pelo SFH, e de 12,5% para 10,75% ao ano para imóveis do SFI.
Cota de financiamento
Além da redução de juros, a Caixa anunciou o aumento do limite de cota de financiamento do imóvel usado, de 50% para 70%. Em setembro do ano passado, o banco tinha reduzido para 50% do valor do imóvel o limite máximo de financiamento. A Caixa também retomou o financiamento de operações de interveniente quitante (imóveis com produção financiada por outros bancos) com cota de até 70%.
Segundo Carlos Augusto Farina, diretor da Imobiliária Allmax, a notícia é recebida com otimismo pelo setor. “Esses anúncios já eram esperados, pois a Caixa sempre foi o banco de referência na habitação. Muitos clientes estavam buscando outras opções para financiar seus imóveis em função da baixa competitividade da Caixa nesse período de juros mais altos e restrições para novos financiamentos”, comenta.
Para Farina, este é um momento especial para o mercado imobiliário. “Os clientes estão novamente buscando opções de compra, fazendo pesquisa e comparando taxas para aquisição de casas, apartamentos e terrenos” avalia. Farina espera que as medidas positivas sejam expandidas também para a venda de terrenos. “Ainda aguardamos que sejam anunciados os financiamentos bancários para terrenos, pois há grande demanda na região, mas ainda não temos linhas disponíveis que atendam esse público que está está pronto para expansão”, revela.
Segundo a diretora da Imobiliária Urbvias, Raquel Vieira, as novidades anunciadas provocaram uma alteração de vendas futuras. “O planejado para o ano não contava com notícia tão alvissareira. A nossa ideia é agilizar o que estava sendo feito e incrementar com novas unidades”, projeta. “Em nossa carteira, temos clientes que estavam buscando outras opções para financiar seu imóveis, agora retomamos ao fluxo normal de aprovações e vendas. A Caixa volta à sua vocação que são os programas sociais e contribui para diminuir a concentração do déficit habitacional do país. O resultado de 2018 deverá ser compensador em relação aos anos anteriores. É um momento especial para o mercado”, conclui Raquel.
Sistemas de financiamento
Estão enquadrados no SFH imóveis residenciais de até R$ 800 mil para todo país, exceto para Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal, onde o limite é de R$ 950 mil. Os imóveis residenciais acima dos limites do SFH são enquadrados no SFI. Essas alterações passam a valer a partir de ontem.
