Mensalidade escolar vai subir acima da inflação em 2024. Veja qual será a alta

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O ano letivo nem terminou, mas a preocupação com a escola em 2024 já começou. Levantamento de consultoria especializada em educação, mostra que as mensalidades escolares vão subir, em média, 9,2% em 2024. É mais que a inflação prevista para este ano, de 4,53%, segundo o Boletim Focus, do Banco Central.

É pressão extra no orçamento das famílias, que tinham sentido algum alívio neste ano, em razão da perda de fôlego da inflação, em particular no preço dos alimentos. O cálculo da consultoria para estimar o reajuste escolar tem como base a consulta a 800 escolas de educação infantil e ensino fundamental e médio de todo o país.

Além disso, leva em conta necessidade de investimentos, reajustes salariais dos professores e de outros funcionários, dívidas e outros custos.

— Hoje, 70% das escolas e instituições de ensino têm um nível acentuado de endividamento. E mesmo esse reajuste acima da inflação não será suficiente para pagar as dívidas que elas fizeram com os bancos para manter as operações durante a pandemia e o período de isolamento social, em que houve fechamento das instituições e aplicação de ensino remoto.

O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da FGV-Ibre, André Braz, diz que os reajustes costumam vir acima da inflação média e configuram aumento real para o consumidor.

— O índice vai orientar as correções nas escolas e configura um aumento real, seguindo o padrão dos últimos anos. Com muitas escolas enxugando custos e com salas mais vazias, o aluno que permanece acaba pagando pelo aluno que saiu, para que a escola possa manter sua qualidade de ensino. As instituições sofreram evasão grande na pandemia e isso tem que ser levado em conta — diz Braz.

Segundo dados do IBGE, em 2020, os cursos regulares tiveram alta de 1,13%, com descontos aplicados na pandemia. Em 2021, a alta foi de 2,64%. No ano passado, o aumento foi de 7,48%.

Entre os fatores que afetam as contas das escolas estão o reajuste salarial de professores, auxiliares de ensino, além do dissídio e a convenção coletiva dos profissionais de educação. Além de investimentos em tecnologia e aluguel, taxas e impostos.