A aprovação pela Câmara de Vereadores do projeto de lei que proíbe o consumo de bebida alcoólica que não seja nos domínios de bares, restaurantes e assemelhados das 22 h até às 6h é, no mínimo, incompleta.
Sim, a justificativa mais forte é diminuir o índice de criminalidade, mas quem compra bebida para beber na rua, ou praças, até as 22 horas já pode estar alcoolizado o suficiente para fazer baderna ou cometer os crimes que os vereadores estão tentando inibir.
O entorno das praças Achyles Mincaroni e Ismar Scussel são os locais mais sensíveis do problema, já que são pontos de encontro com álcool desde o início das tardes dos finais de semana. Então pode, beber na rua ou praças, até a hora que moradores da redondeza estão acordados. Depois deste horário é que incita a criminalidade?
Desde o início das tardes dos finais de semana, quando adolescentes e jovens ostentam garrafas de cerveja encostados em carros nas ruas não é problema, então?
Meias soluções não resolvem metade dos problemas. As praças continuarão cheias de lixo decorrentes de álcool e os crimes continuarão acontecendo com ou sem álcool antes e depois das 22 horas.
A exceção, segundo o projeto de lei dos vereadores, se dará durante os eventos realizados em locais públicos com a respectiva autorização para consumo de bebidas alcoólicas expedidas pelo Poder Público Municipal. Ok, ok, então se a prefeitura liberar pode beber na rua e praça até depois das 22 h, e se for na Rua Coberta, melhor ainda.
Outras cidades do Brasil também aprovaram meias soluções e em alguns Estados a justiça proibiu a aplicação da lei (reportagem na página nove desta edição). Já em países desenvolvidos a bebida alcoólica é proibida nas ruas e praças o dia todo, sem exceção.
Mas como o Brasil é o país das meias verdades, temos também as meias soluções.
Boa leitura
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