De 520 ligações inspecionadas no primeiro semestre, 230 apresentaram irregularidades
A distribuidora de energia elétrica Rio Grande Energia (RGE) divulgou nesta segunda-feira (16) o balanço de uma inspeção feita entre janeiro e julho que buscou identificar adulterações e conexões clandestinas, mais conhecidas como sendo os populares “gatos”. Em Bento Gonçalves, das 522 ligações inspecionadas no período, 230 apresentaram irregularidades, ou seja, um percentual de 44,06%.
Junto com a concessionária RGE Sul, também pertencente ao grupo CPFL, 31.550 ligações foram verificadas no Rio Grande do Sul, das quais 7.242 apresentaram algum tipo de problema, correspondendo a 22,9% do total. Foram detectadas uma média diária de 40 ligações clandestinas.
A estimativa da companhia é que 9,6 mil residências pudessem ser abastecidas por um ano com a energia que deixou de passar pelos medidores dos clientes inspecionados de janeiro a julho e que tinham irregularidades. Isso corresponde a uma cidade do porte de Sarandi, de 21 mil habitantes, localizada no Norte gaúcho.
Maior percentual
O maior percentual de irregularidades desta etapa de inspeção foi observado em Bento Gonçalves. Já o menor foi em Santa Cruz do Sul, onde 1087 ligações foram inspecionadas e apenas 114 irregularidades foram verificadas (10,48%). Na Serra, Caxias do Sul contou com 1569 inspeções e 431 irregularidades (27,46%) e Farroupilha 314 inspeções e 93 irregularidades (29,61%).
Foco das ações
As inspeções são feitas para evitar problemas na rede de distribuição de energia elétrica, além de evitar acidentes com as ligações precárias e que não observam os padrões e normas técnicas. A RGE e a RGE Sul têm intensificado as ações conjuntas com a Polícia Civil gaúcha para coibir a prática. Mesmo que as ações policiais tenham como foco principal os clientes comerciais e empresariais, as operações da distribuidora abrangem ainda os clientes residenciais, que integram a maior parcela dos clientes ativos.
Penalidade aos fraudadores
As fraudes e furtos de energia são crimes previstos no Código Penal, e a pena pode variar de um a quatro anos de detenção. Além disso, para os fraudadores também são cobrados os valores retroativos referentes ao período em que ocorreu o roubo, acrescidos de multa.
Consumidores que adotam esta prática, popularmente conhecida como “gato”, também estão colocando em risco as suas vidas e da população. Pessoas não habilitadas que tentam manipular o medidor de energia ou realizar ligação direta na rede elétrica correm o risco de choque e acidentes graves, que podem ser fatais. As ligações irregulares também são responsáveis pela sobrecarga da rede de energia elétrica que deixa o sistema de distribuição mais suscetível à interrupção.
Tecnologia aliada na inspeção
Segundo o Gerente de Serviços de Recuperação de Energia da RGE e da RGE Sul, Alexsandro da Silva Souza, uma vez identificada qualquer tipo de alteração na medição da energia consumida, a quantidade de energia furtada é calculada e é fixada a cobrança do valor que não passou pela medição. “O Grupo CPFL utiliza modernas tecnologias que, através de algoritmos, identificam possíveis sinais de desvio de energia, além da instalação de medidores que mostram, de forma imediata, uma manipulação indevida no equipamento ou o não registro de algum valor consumido“, explica Souza.
Para identificar os fraudadores, além das inspeções de campo, os profissionais trabalham com o cruzamento de dados de consumo e inteligência artificial, que permitem identificar com mais precisão possíveis fraudes. Geralmente os casos que apresentam irregularidades constatadas nas inspeções já apresentavam indícios no levantamento prévio feito pelos sistemas do Grupo CPFL.
De acordo com Souza, o custo da energia furtada acaba em parte sendo repassado ao cliente. Por isso, a intensificação das inspeções ao longo do tempo poderá trazer redução na tarifa. “Tem gente que inclusive vende serviço de furto de energia através das redes sociais. Isso é crime”, salienta Souza. “Dependendo do tipo de irregularidade encontrada a gente pode ou não substituir o equipamento de medição ou desligar a ligação”, comenta, sobre o que é feito quando há constatação de irregularidade.
O gerente acrescenta que denúncias de furto de energia podem ser feitas de forma anônima por vários canais como site, telefone ou e-mail.
Reajuste na conta de luz dos bento-gonçalvenses
A Câmara de Vereadores aprovou na tarde de segunda-feira (16), com apenas cinco votos contrários, a atualização da base de dados e o reajuste dos valores dos índices econômicos do Município. Uma das tarifas que será reajustada é a Contribuição de Iluminação Pública (CIP), referente à instalação, manutenção, melhoramento e expansão da rede.
“De maneira simples, vamos tomar como exemplo uma conta de luz de uma família que consome 100 Kwh/mensal. Neste caso, a taxa que era de 7,70 passa a ser 7,96%. O aumento não chega a 0,3%, se tivermos como base uma conta de R$ 100, o que seria R$0,30”, defende o secretário de Desenvolvimento Econômico, Sílvio Bertolini Pasin.
O projeto de Parceria Público-Privada (PPP) proposto pelo Município busca trocar 14,4 mil pontos de luz por lâmpadas de LED. A prefeitura afirma que a medida economizará recursos devido a maior vida útil e menor consumo de energia e não causará danos ao meio ambiente (pois as lâmpadas de LED não possuem substâncias tóxicas em sua composição, ao contrário das tradicionais).
COMO DENUNCIAR
E-mail: denunciafraude@cpfl.com.br: esse canal atende as demandas pontuais dos seguintes órgãos: Ouvidoria, Grupo “A”, Agências de Atendimento, dentre outros.
Telefone: Denúncia de Furto de Energia pelo telefone 0800 721 0721, os clientes conseguem denunciar as possíveis fraudes e furtos de energia.
Web: pelo endereço eletrônico www.rge-rs.com.br/atendimento-a-consumidores/produtos-e-servicos/Paginas/denuncia-de-furto-de-energia.aspx