Uma viagem de Caxias a Porto Alegre levaria menos de 20 minutos
O trem de alta velocidade Hyperloop pretende conectar as cidades de Caxias do Sul e Gramado a Porto Alegre em menos de 20 minutos. E, Bento Gonçalves também quer estar presente na rota desse não explorado meio de transporte. Uma comitiva do município apresentou, no Centro da Indústria, Comércio e Serviços (CIC-BG), as credenciais para que a cidade também seja incluída no roteiro inicialmente previsto – que inclui, ainda, o município de Novo Hamburgo.
Dados da movimentação econômica e de turistas, por exemplo, fizeram parte do estudo apresentado na sexta-feira (17) ao CEO da Hyperloop América Latina, Ricardo Penzin. O transporte não utiliza combustível fóssil e é totalmente sustentável, sendo movido por energia solar.
O trem não utiliza vagão, e sim cápsulas que se locomovem por levitação dentro de um túnel, podendo chegar a 1,2 mil km/h – no itinerário gaúcho, a velocidade seria de 600 km/h. Uma viagem de Caxias a Porto Alegre, por exemplo, é estimada em 19min e 45 segundos. Pelo estudo, as quatro cidades envolvidas teriam estações e ligação com outros modais. O plano da empresa é buscar investidores para implementar o projeto, cujo custo gira em US$ 3,18 bilhões, com payback previsto de cinco anos. A tarifa média ficaria em R$ 115 para uma viagem entre a Capital e Caxias.
Tecnologia cara e ainda não testada
Em entrevista à revista Exame, em 2020, Dirk Ahlborn, fundador e chairman da companhia, disse que “o Brasildeve figurar na segunda leva de investimentos, prevista para daqui a cinco anos”.
“Já na época, a HyperloopTT tentou iniciar conversas com governos estaduais, como São Paulo (onde a companhia tem um escritório) e Belo Horizonte, mas elas não avançaram — em BH quase foi construído um centro de inovação, mas o projeto não seguiu em frente por falta de recursos públicos.
Em estudos anteriores, a empresa afirmou que o sistema é econômico e tecnicamente viável e irá gerar lucro sem exigir subsídios governamentais. Mas a tecnologia é muitas vezes questionada por parecer impossível, cara e até desnecessária para alguns, frente a soluções como os próprios maglev, que já têm velocidades de até 500 quilômetros por hora utilizando magnetismo sem a necessidade de túneis de baixa pressão”, destacou a revista.