Mesmo com a disparada da Selic dos 2% no início de 2021 para os atuais 13,75%, instituições seguraram as taxas internas
Apesar da disparada da Selic dos 2% no início de 2021 para os atuais 13,75% ao ano, os maiores bancos do país planejam manter a taxa do crédito imobiliário em torno de 10%, mesmo com previsão de nova alta da taxa básica de juros da economia neste mês. “Os bancos sabem que está defasado agora, mas que a Selic vai voltar a cair novamente”, afirma Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo da Anefac (associação nacional dos executivos de finanças).
“Como são linhas de crédito de financiamento de longo prazo, tem uma influência menor da Selic. E os bancos já subiram as taxas de juros lá atrás. Quando a Selic estava em 2%, o crédito habitacional estava com taxa de 7%”, diz Oliveira. Nas linhas de crédito que acompanham a rentabilidade da poupança, a taxa de juros anual é menor. Isso acontece porque toda vez que a Selic passa de 8,5% ao ano, a poupança rende um valor fixo de 6,17% ao ano. Portanto, a taxa de juros será de 6,17% mais o valor fixo definido pelo banco mais a TR.
No primeiro semestre deste ano, o volume de crédito concedido para o financiamento imobiliário caiu 6% em comparação com o mesmo período do ano passado, mas segue acima do total liberado durante todo 2019. A queda foi puxada pelo financiamento via poupança, segundo a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança). A Abecip projeta que 2022 será o segundo melhor ano da história do setor, ficando atrás somente de 2021. (ANA PAULA BRANCO/Folahpress)
CONFIRA AS TAXAS COBRADAS POR ALGUNS BANCOS:
- Itaú: O Itaú oferece o crédito imobiliário com taxa de juros pré-fixada a partir de 9,5% ao ano do início ao fim do contrato, com atualização do saldo devedor pela TR, atualmente próxima de zero.Na linha de crédito pela poupança, o Itaú cobra juros a partir de 3,45% ao ano mais rendimento da poupança.
- Santander: O Santander afirma que suas taxas de financiamento imobiliário são a partir de 9,49% ao ano mais a TR.
- Bradesco: O Bradesco afirma que fez o último reajuste nas taxas do crédito imobiliário em setembro do ano passado, aumentando na modalidade tradicional de 9% ao ano mais a TR para 9,5% ao ano mais a TR. No financiamento orientado pela poupança o banco manteve a taxa de juros pelo rendimento da caderneta mais 2,99% ao ano.
- Inter: As taxas de financiamento imobiliário do Inter hoje partem de 9,5% mais a TR.
- Banco do Brasil: As atuais taxas de crédito imobiliário do Banco do Brasil partem de 9,39% ao ano mais a TR e variam conforme perfil do cliente, prazo do financiamento e relacionamento com a instituição. O último reajuste ocorreu em julho, e as taxas anteriores eram a partir de 9,01% ao ano mais a TR. Não há previsão de novos reajustes.