Saiba como recursos de inteligência artificial operam em aplicativos de relacionamento
Ao dar match com uma historiadora pelo Tinder, em maio passado, o publicitário Felipe Pacheco, de 32 anos, quis ser assertivo no papo. Recorreu, então, ao ChatGPT e pediu 20 sugestões de piadas para cativar uma profissional como ela. Entre as opções listadas pela ferramenta de inteligência artificial (IA) havia uma com o nome de Napoleão Bonaparte, que o rapaz tolerava usar, depois de alguma resistência. “Queria ser Napoleão, mas Napoleão não posso ser.
Em defesa de Felipe, vale avisar que ele reconhece o gosto um tanto duvidoso do gracejo. Mas, por outro lado, admito que a brincadeira foi eficiente para quebrar o gelo da conversa, já que a historiadora respondeu com bom humor. “Se você usar exatamente o que o ChatGPT sugere, vai soar falso. Mas o mecanismo pode ser útil em trazer inspirações”, diz o jovem, que é consultor de IA. “Afinal, nem todo mundo nasce criativo para o flerte.”
Embora muita gente não se dê conta, os aplicativos de relacionamento e inteligência artificial já estão num “relacionamento sério” há tempos. “Em alguma instância, algoritmos do tipo são usados desde a concepção desses apps”, lembra o coordenador Acadêmico do MBA de Marketing e Negócios Digitais da FGV, André Miceli. Ele se refere a funcionalidades primárias, como o próprio programa ser capaz de aprender quais perfis têm mais chances de darem match a partir dos usuários confortáveis. Com essa compreensão, começa a conectar-los com mais frequência.
Napoleão conquistou toda a Europa, mas eu só queria conquistar você”, escreveu.
Em defesa de Felipe, vale avisar que ele reconhece o gosto um tanto duvidoso do gracejo. Mas, por outro lado, admito que a brincadeira foi eficiente para quebrar o gelo da conversa, já que a historiadora respondeu com bom humor. “Se você usar exatamente o que o ChatGPT sugere, vai soar falso. Mas o mecanismo pode ser útil em trazer inspirações”, diz o jovem, que é consultor de IA. “Afinal, nem todo mundo nasce criativo para o flerte.”
Embora muita gente não se dê conta, os aplicativos de relacionamento e inteligência artificial já estão num “relacionamento sério” há tempos. “Em alguma instância, algoritmos do tipo são usados desde a concepção desses apps”, lembra o coordenador Acadêmico do MBA de Marketing e Negócios Digitais da FGV, André Miceli. Ele se refere a funcionalidades primárias, como o próprio programa ser capaz de aprender quais perfis têm mais chances de darem match a partir dos usuários confortáveis. Com essa compreensão, começa a conectar-los com mais frequência.
Em defesa de Felipe, vale avisar que ele reconhece o gosto um tanto duvidoso do gracejo. Mas, por outro lado, admito que a brincadeira foi eficiente para quebrar o gelo da conversa, já que a historiadora respondeu com bom humor. “Se você usar exatamente o que o ChatGPT sugere, vai soar falso. Mas o mecanismo pode ser útil em trazer inspirações”, diz o jovem, que é consultor de IA. “Afinal, nem todo mundo nasce criativo para o flerte.”
Embora muita gente não se dê conta, os aplicativos de relacionamento e inteligência artificial já estão num “relacionamento sério” há tempos. “Em alguma instância, algoritmos do tipo são usados desde a concepção desses apps”, lembra o coordenador Acadêmico do MBA de Marketing e Negócios Digitais da FGV, André Miceli. Ele se refere a funcionalidades primárias, como o próprio programa ser capaz de aprender quais perfis têm mais chances de darem match a partir dos usuários confortáveis. Com essa compreensão, começa a conectar-los com mais frequência.
A estudante de veterinária Nicole Sales, de 26 anos, se identifica com a estatística. Moradora de Jataí, no interior de Goiás, ela foi ao Twitter debochar de um conhecido que usa, no Tinder, uma foto gerada por IA, em que aparece com o abdômen trincado. Na lenda, ele promete estar assim num futuro próximo. Para Nicole, porém, já passou da hora do rapaz tirar o cavalinho da chuva. “Achei patético. Mesmo que ele malhe muito, aquele mesmo é o biotipo dele”, protesta a moça, que já partiu também com alguns perfis cuja descrição foi claramente feita no ChatGPT. “Dá para perceber, porque fica meio superficial. Tem coisa mais tosca do que a pessoa não consegue escrever sobre si?”
É por isso que o bom e velho senso crítico segue como um valor fundamental. O psicólogo e pesquisador da comunicação humana Cláudio Paixão, professor da Universidade Federal de Minas Gerais, lembra que o uso indiscriminado dessas tecnologias pode nos distanciar da noção de diversidade e “botar lenha na fogueira” de problemas que já vinham sendo ventilados nos aplicativos de relacionamento . “O que vejo são perfis cada vez mais pasteurizados. Além disso, impulsionadas pelos algoritmos, as pessoas acabam buscando sempre variações em torno de um mesmo padrão”, alerta, lembrando que a verdade, invariavelmente, vem à tona. “Eu mesmo já passei por uma situação em que marquei um encontro e, quando ela chegou, não a reconheci. Foi muito estranho.”
Parece claro, mas não custa lembrar: na hora do tête-à-tête, não há inteligência artificial capaz de salvar um canastrão em apuros. Ao menos por enquanto.