Um grupo de cientistas britânicos realizou a primeira transfusão de sangue com células vermelhas criadas em laboratório. O experimento faz parte de um estudo clínico inédito no mundo e, caso se mostre seguro e eficaz, poderá revolucionar a área de tratamentos de pessoas com distúrbios como anemia falciforme, que exige transfusão regular, além de resolver a escassez de doação de sangue a indivíduos com tipos sanguíneos raros — sendo esse o principal objetivo.
“Esta pesquisa oferece uma esperança real para aqueles pacientes com células falciformes difíceis de transfundir que desenvolveram anticorpos contra a maioria dos tipos sanguíneos de doadores”, disse o diretor-executivo da Sociedade Britânica de Anemia Falciforme, em comunicado, John James.
Chamado de Restore, o projeto é uma iniciativa de pesquisa conjunta do Serviço Nacional de Saúde, Sangue e Transplante (NHSBT, sigla em inglês) e da Universidade de Bristol, no Reino Unido
Como o sangue é criado?
De acordo com informações da BBC News, o material foi desenvolvido a partir de doações de sangue. Assim, células-tronco mais flexíveis que possuíam a capacidade de se tornar um glóbulo vermelho foram separadas e cultivadas em laboratório, com ações de incentivo para que se multiplicassem. Em seguida, elas foram direcionadas para o processo de transformação em glóbulos vermelhos.
O processo leva cerca de três semanas e os glóbulos vermelhos também passam por um filtro para apenas aquelas que estão no estágio certo de desenvolvimento para transplante sejam utilizadas.
Toye destacou que o objetivo desse teste não é substituir as doações de sangue por completo, mas ajudar grupos que possuem um tipo sanguíneo ultrarraro, e consequentemente mais difíceis de encontrar doadores. O nível de compatibilidade que eles querem alcançar, segundo a pesquisadora, vai além dos conhecidos grupos sanguíneos A, B, AB e O.
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