Índice de raios UV atinge níveis extremos no RS

2015-04-10_190211

Índices de radiação ultravioleta alcançam marcas extremas na escala sob massa de ar muito seco com céu claro. Veja como se proteger

O índice de raios ultravioleta (IUV) atinge níveis extremos no Sul do Brasil nesta sexta-feira. Dados do satélite meteorológico GOES-16 do começo da tarde desta sexta mostravam índices UV altíssimos na parte meridional do país com os valores mais elevados sendo registrados no Sul e no Leste do Rio Grande do Sul, incluindo a área de Porto Alegre.

Conforme dados do satélite, quase todo o Sul do Brasil estava com IUV acima de 11, o que é um valor elevado, mas em parte do Rio Grande do Sul o índice no começo da tarde desta sexta atingia valores acima de 14, o que é uma marca extremamente alta na escala de referência de incidência da radiação ultravioleta .

Os altos índices UV se devem ao tempo muito aberto que se registra na Região Sul. O céu está claro, com ausência de nuvens, em praticamente todo o Sul do Brasil com algumas escassas nuvens esparsas no extremo Sul gaúcho.

O tempo muito aberto decorre de uma massa de ar extremamente seco que atua neste final da semana sobre a região com baixíssima umidade relativa do ar e grande amplitude térmica, isto é a diferença de temperatura entre a noite e o dia. Com a atmosfera excepcionalmente seca, a umidade relativa do ar durante a tarde é bastante baixa, o céu fica claro ou quase sem nuvens, a temperatura cai acentuadamente durante a noite e se eleva muito rapidamente durante o dia em condição típica que se observa nas áreas de deserto.

 

Quais são as radiações que nos atingem?

A radiação UVC é praticamente toda filtrada na estratosfera, pela camada de ozono, portanto as radiações que nos atingem são a UVB e UVA. A sua penetração ao longo das camadas da pele varia proporcionalmente ao seu comprimento de onda, pelo que a radiação UVA atinge as camadas mais profundas da pele, tais como a derme.

A radiação UVB é a principal responsável pelas queimaduras solares imediatas e pelo cancro de pele, enquanto a radiação UVA está mais associada ao envelhecimento cutâneo. Nos últimos anos a radiação UVA tem despertado maior interesse, pois parece não ser assim tão inocente na patogénese do Cancro da Pele.

 

Como é que nos devemos proteger da Radiação Ultravioleta?

A forma de prevenir a RUV é evitar o sol, mas isso é impraticável. O sol é essencial ao desenvolvimento e crescimento dos seres vivos, mas depende de nós a sua utilização de forma responsável e moderada.  Existem, no entanto, formas de minimizar a exposição solar, tais como:

  • Evitar o pico da RUV – entre as 11h da manhã às 16h da tarde;
  • Procurar espaços de sombra;
  • Usar vestuário adequado, incluindo chapéu de abas largas e óculos de sol, e usar cremes “protetores solares”. Os cremes, na prática, não se têm demonstrado eficazes na proteção contra a RUV, muito por culpa dos próprios consumidores1.

 

Como devem ser usados os cremes Protetores Solares?

Os “protetores solares” têm que ser aplicados de forma generosa, numa quantidade superior a 2mg/cm2 (o que na prática é muito difícil determinar à vista). Deverão ser aplicados em toda a pele, 20 minutos antes da exposição solar, sem esquecer os lábios, os pavilhões auriculares (orelhas), o contorno dos olhos, mãos, pés e também o couro cabeludo nas pessoas calvas. Não esquecer ainda que deverão ser reaplicados de 2 em 2 horas, sobretudo se o indivíduo toma banho ou transpira. Salienta-se também que a utilização dos “protetores solares” é apenas uma forma de reduzir os efeitos da radiação UV, não substituindo as outras medidas já referidas.

 

A roupa que utilizamos é suficiente para nos protegermos?

O vestuário como foto-protetor tem despertado interesse por parte dos médicos, não só na prevenção do cancro de pele mas também na proteção de algumas dermatoses (doenças de pele) que agravam com a exposição solar, ou seja as fotodermatoses, como por exemplo lúpus eritematoso, dermatomiosite, porfiria cutânea tarda, etc. No entanto, uma grande percentagem da roupa de verão não nos confere uma proteção eficaz contra a radiação ultravioleta.