Os resultados da primeira etapa dos estudos Coalizão Covid Brasil, onde pacientes do Hospital Tacchini participaram apontou que o uso da hidroxicloroquina não tem eficácia no tratamento de casos leves e moderados do novo coronavírus. O resultado do trabalho foi divulgado na quinta-feira, 23, na New England Journal of Medicine, considerada uma das mais importantes publicações do mundo. De acordo com a pesquisa, foi comprovado que o medicamento pode aumentar o risco de arritmia cardíaca e lesão hepática. De acordo com o Instituto Tacchini de Pesquisa em Saúde (ITPS), o estudo analisou 665 pacientes em 55 centros de saúde do Brasil. Em Bento Gonçalves foram 18 casos analisados. Durante as análises, os casos foram divididos em três grupos: 217 pacientes receberam uma combinação de hidroxicloroquina e azitromicina, outros 221 apenas hidroxicloroquina e 227 permaneceram com o suporte clínico padrão. Após 15 dias, não foi constatada qualquer melhora no estado clínico dos pacientes que receberam o medicamento em comparação aos do grupo de controle, que receberam tratamento padrão. Os pacientes incluídos no estudo tem idade em torno de 50 anos e 58% são do sexo masculino. Os participantes eram pacientes recém-admitidos ao hospital (até 48 horas) que tivessem sintomas iniciados, no máximo, até sete dias antes. Além disso também foram registradas outras comorbidades relacionadas aos casos: 40% eram hipertensos, 21% eram diabéticos; 17% eram obesos. De acordo com a gerente do ITPS, a médica Juliana Giacomazzi, os protocolos utilizados na pesquisa seguiram padrões rigorosos, com o objetivo de encontrar resultados satisfatórios no combate a doença. “A pesquisa foi realizada seguindo padrões metodológicos rigorosos, e sem dúvidas é um achado importante em nível mundial no cenário de COVID”, explica.