Entre as possibilidades, o governo tenta envolver também os Estados com cortes no ICMS ou usar o FGTS
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, anunciam um novo programa de estímulo à indústria de carros. O objetivo, segundo o governo, é ampliar o acesso a veículos populares e “alavancar a cadeia produtiva ligada ao setor automotivo brasileiro”.
Segundo informado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, o evento de lançamento do programa será no Palácio do Planalto, na manhã desta quinta-feira (25), data em que se celebra o Dia da Indústria.
Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou a jornalistas que o programa foi desenhado pela área econômica, sob coordenação de Alckmin, e a pedido do presidente Lula.
“A gente apresentou para o presidente algumas possibilidades de medidas de estímulo à indústria”, afirmou, sem especificar detalhes das medidas.
Carros de entrada?
A dificuldade está em chegar a uma equação para que alguns modelos sejam oferecidos na faixa entre R$ 50 mil e R$ 60 mil.
A intenção inicial, de produtos na faixa de R$ 45 mil a R$ 50 mil, se mostrou inviável. A meta agora é ter pelo menos um modelo por cerca de R$ 55 mil
Para isso, o governo tenta envolver também os Estados com cortes no ICMS, medida que se somaria à redução do IPI (imposto federal) e das margens de lucro de montadoras e concessionárias.
O pacote deve incluir juros subsidiados para o financiamento e prazos mais longos para as parcelas.
Está em discussão também o uso de parte do FGTS do trabalhador como uma espécie de “fundo garantidor” em caso de inadimplência. Os juros altos são citados pelas montadoras como o principal entrave para as vendas.
Há ainda medidas para reduzir os preços de automóveis de até R$ 100 mil, que estão fora do segmento conhecido como “popular” (ou “de entrada”). Os dois modelos mais baratos à venda hoje são o Renault Kwid e o Fiat Mobi, ambos por R$ 69 mil.
A indústria automobilística espera que as medidas ajudem a recuperar as vendas do setor, em queda ou estagnadas desde o início da pandemia.
Várias empresas suspenderam a produção temporariamente e deram férias coletivas aos funcionários ou cortaram turnos de trabalho para adequar a produção à demanda.
*Com Agência Brasil e Estadão.