De acordo com o Sindicato 80% dos trabalhadores em distribuição paralisaram atividades
Após Assembleias que aconteceram em Porto Alegre, Passo Fundo, Pelotas, Caxias do Sul, Capão da Canoa e Santa Cruz do Sul, na noite de terça-feira, dia 10, os funcionários dos Correios decidiram paralisar em todo o Estado, por tempo indeterminado.
Em protesto contra a proposta de reajuste salarial oferecida pela empresa, de 0,8%, valor bem inferior aos 3,1% da inflação acumulada nos últimos 12 meses pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC, além da redução em benefícios como vale-alimentação, adicional noturno e aumento no percentual de compartilhamento do plano de saúde, os funcionários também protestam em relação ao indicativo do governo federal para a possibilidade de privatização da empresa.
O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos – Sintect-RS, aponta que no Estado a adesão é de 80% no setor de distribuição e entregas. Nos atendimentos das agências, ainda não foi feito um balanço, mas afirmam que o atendimento será mantido nas agências, com o mínimo de 30% do serviço.
De acordo com o secretário geral da entidade, Alexandre dos Santos Nunes. “Estamos em greve porque a direção simplesmente se retirou da negociação, algo inédito. Somos uma das estatais com mais baixos salários e o maior trabalho braçal. Não negociar com os trabalhadores vai ao encontro do que o governo pretende, que é a privatização. Achamos que isso não é justo”, sustenta.
Os funcionários dos Correios realizaram um ato em Porto Alegre, no final da manhã de quarta-feira (11), junto à sede central da empresa, no Centro Histórico.
A empresa informou em nota oficial que foi apresentada aos representantes dos trabalhadores a real situação econômica da estatal em dez encontros de negociações, e que as propostas foram feitas considerando condições possíveis.
De acordo com a nota: “as federações, expuseram propostas que superam até mesmo o faturamento anual da empresa, algo insustentável para o projeto de reequilíbrio financeiro em curso pela empresa. No momento, o principal compromisso da direção dos Correios é conferir à sociedade uma empresa sustentável. Por isso, a estatal conta com os empregados no trabalho de recuperação financeira da empresa e no atendimento à população”.
Os Correios de Bento Gonçalves, até a manhã de quinta-feira(12), estavam funcionando normalmente, sem previsão por parte dos funcionários de adesão futura a paralisação. De acordo com a assessoria de imprensa dos Correios, ainda não há um balanço do impacto nas entregas e atendimentos em agências.