Defesa apresenta relatório com sugestões sem apontar irregularidades nas urnas
TSE diz receber com satisfação o documento e ressalta que ele não apontou fraude ou inconsistência no processo eleitoral
O Ministério da Defesa entregou, nesta quarta-feira (9), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o relatório de “Fiscalização do Sistema Eletrônico de Votação”.
Assinado pelo ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, o relatório destaca que “o trabalho restringiu-se à fiscalização do sistema eletrônico de votação, não compreendendo outras atividades, como, por exemplo, a manifestação acerca de eventuais indícios de crimes eleitorais”.
“Em ambos os turnos, não se verificou divergências entre os quantitativos registrados no BU [Boletim de Urna] afixado na seção eleitoral e os quantitativos de votos constantes no respectivo BU disponibilizado no site do TSE”, afirma o relatório em sua página 16.
Mais adiante, na página 17, diz o seguinte: “Conclui-se que a verificação da correção da contabilização dos votos, por meio da comparação dos Boletins de Urna (BU) impressos com os dados disponibilizados pelo TSE, ocorreu sem apresentar inconformidade”.
O ministro aponta dois pontos de fragilidade no processo eleitoral e faz sugestões para futura eleições. “Do trabalho realizado, destaco dois pontos. Primeiro, foi observado que a ocorrência de acesso à rede, durante a compilação do código-fonte e consequente geração dos programas (códigos binários), pode configurar relevante risco à segurança do processo. S
O relatório também afirma que o sistema não está isento de um suposto “código malicioso” que poderia alterar o funcionamento das urnas — as quais, convém destacar, não ficam conectadas à internet durante a votação.
“Na vertente dos mecanismos de fiscalização do sistema no momento da votação, a incapacidade de o Teste de Integridade e do Projeto-Piloto com Biometria reproduzirem, com fidelidade, as condições normais de uso das urnas eletrônicas que foram testadas não permite afirmar que o SEV está isento da influência de um eventual código malicioso que possa alterar seu funcionamento”, diz o documento.
A reação de Alexandre de Moraes
Em nota, o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, afirma que recebeu com satisfação o relatório e que, “assim como todas as demais entidades fiscalizadoras, não apontou a existência de nenhuma fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022”.
Moraes também afirmou que “as sugestões encaminhadas para aperfeiçoamento do sistema serão oportunamente analisadas”. E conclui dizendo que as urnas eletrônicas “são motivo de orgulho nacional, e as eleições de 2022 comprovam a eficácia, a lisura e a total transparência da apuração e da totalização dos votos”.
Clique aqui e leia na íntegra o relatório do Ministério da Defesa