Candidatos a Assembleia e Câmara dos Deputados dividiram o espaço com manifestantes nas ruas da cidade
O último final de semana foi de grande movimentação política por parte dos candidatos para Assembleia e Câmara dos Deputados. As ruas de Bento Gonçalves foram tomadas por bandeiras de diversos partidos e siglas. Na semana que antecede a votação das eleições, 11 candidatos que concorrem por Bento Gonçalves dividiram espaços nas ruas. A movimentação política não foi apenas por parte de quem está na corrida presidencial, mas também por parte de manifestantes do movimento #EleNão, que nas últimas semanas ganhou espaço nas redes sociais.
Os protestos foram marcantes em diversas regiões do Brasil, e em Bento Gonçalves não foi diferente. No sábado, 29, o movimento #EleNão tomou as ruas do país e de acordo com o organizador do movimento em Bento, Gabriel Elias Josende, cerca de 70 pessoas participaram da ação no município.
“A manifestação foi cheia de amor e protesto contra o fascismo. Éramos de diversos partidos e unidos por uma única causa. De mãos dadas contra a opressão às minorias”, afirma. Para o jovem que é ativista LGBTQ Bento é uma cidade preconceituosa, principalmente contra gays.
“Basta você sair à noite para entender o que estou falando. Bento é uma cidade homofóbica, por exemplo. Eu sou ativista LGBTQ, e o pessoal que faz parte dessa classe simplesmente tem medo de sair de mãos dadas com o parceiro ou parceira por medo de retaliação. Enquanto fazíamos o protesto, havia um grupo de 4 ou 5 eleitores do Bolsonaro que estavam bem próximos da gente, nos dirigindo palavras ofensivas e de cunho homofóbico. É triste saber que essas pessoas vivem ainda no século 20”, lamenta.
A rejeição a Bolsonaro é descrita de diversas maneiras pelos eleitores. Conhecido por declarações fortes e polêmicas, principalmente direcionadas a comunidade LGBTQ e as mulheres, o candidato à presidência tem despertado uma onda de indignação e repulsa por parte da sociedade. Ainda de acordo com Josende, o principal temor é pela volta de um governo ditatorial e opressor.
“Historicamente, não é a primeira vez que vemos esse discurso militar, religioso e opressor às minorias partindo de um líder partidário e que arrasta uma massa em seu nome. Quando isso aconteceu, houve massacre de minorias e genocídio, tudo em nome do “cidadão de bem”. Esse movimento ficou conhecido como Nazismo. Em nome de ideologias como essa, povos foram exterminados. É como a ditadura aqui no Brasil. “Ele Não” não é apenas uma luta contra a possível eleição de Bolsonaro. É uma luta embasada historicamente contra o retrocesso”, salienta.
Rejeição feminina
Jair Bolsonaro é um dos candidatos com maior rejeição nas pesquisas de intenções de voto quando se leva em conta o eleitorado feminino. Suas declarações polêmicas causam repulsa por grande parte do eleitorado feminino. Ele já chamou uma deputada de “vagabunda” e disse que não “merecia ser estuprada”, deixando uma mancha em sua candidatura.
O protesto no mundo
A manifestação contra o candidato da extrema direita aconteceu em mais de 300 cidades de diferentes países. No Brasil, as principais capitais ficaram tomadas pela onda #Elenão.
O lado pró Bolsonaro
No domingo, dia 30, eleitores favoráveis a Bolsonaro também foram às ruas. Em Bento Gonçalves o grupo se reuniu nas imediações da praça Achiles Mincarone, na Avenida Planalto, seguindo o percurso até o centro da cidade. O ato foi organizado pelas redes sociais.