Pela voz do filósofo Filosofo Luiz Felipe Pondé o reality BBB foi duramente criticado, personificando na pessoa de Karol Conká
Já dentro do confinamento está sendo considerada completamente tóxica, abusiva, preconceituosa, manipuladora e a vilã.
O filosofo Luiz Felipe Pondé, falou abertamente sobre o Big Brother Brasil, em especial a personagem Karol Conka, que segundo ele representa a lado miserável das redes sociais. O filosofo ainda lembrou da clássica frase do Umberto Eco: “Redes sociais deram voz a legião de imbecis.”
Karol Conká está sofrendo um cancelamento inédito na história do Big Brother Brasil. Com todas essas polêmicas envolvendo seu nome negativamente, a artista está tendo um grande declínio em sua carreira artística.
São ‘rótulos’ graves, pesados, para quem era apontada como referência e ‘militância’ na luta contra desigualdades sociais.A máscara caiu. Mas não deixemos nos iludir que este é um comportamento de excessão.
Já dizia a professora e filósofa Lúcia Helena Galvão se olharmos para cada um de nós e sabermos se praticamos a ética por convição ou por coerção. “ é um princípio platônico” ensina Lucia Helena “ pois se nós fazemos alguma coisa por coerção é como um adestramento que se faz num animal, já que na primeira circusntância ele vai agir da menira como ele realmente é, isto é ele se torna uma máscara de pouca cobertura”.
É um pouco do que Platão chamava do mito Giges, que era um pastor muito ético que achou um anel que o deixava invisível. E toda vez que usava este anel, a sua ética ia embora.E a pergunta incômoda que a filósofa instiga é: “o que faríamos nós com o anel de Giges?
A pergunta é: nós praticamos a ética, amamos, curtimos porque somos humanos, ou porque existe algum tipo de coerção, algum tipo de pressão social, de penalização? Pois não há como ter um sistema de vigia o tempo todo e na primeira oportunidade seremos o animal mal domado, mal adestrado.
“Este anel representa os nossos próprios pensamentos. Dentro de nós é o mundo do próprio anel de Giges, onde ninguém vê. E aí que nós sabemos o quanto somos éticos nos nossos pensamentos e sentimentos, que na primeira oportunidade vão se transformar em atos”, ensina a professora.
Lúcia Helena, bem humorada compara a ética a chocolate e jiló ( que é um alimento de alta rejeição humana). O chocolate, ensina, você come porque gosta, ninguém precisa te forçar, já o jiló você só come sob ameaça ou oferta de recompensa”. Imagine que nós temos a ética do jiló e do chocolate. Nós fazemos as coisas ( não jogamos o lixo no chão, ou andamos de carro na velocidade permitida), porque gostamos, ou porque existe uma punição externa ou um tipo de gratificação que vai nos compensar?
Dentro de si, a má condição humana implica em amar a ética, amar ser justo, amar ser fraterno, mas você é o que é, quando a última porta se fecha atrás de você. Platão já dizia “no nosso momento (2,4 mil anos atrás), a ética é pacto social”. Ninguém gosta dela, diz a professora exemplificando : “ nós todos roubamos – por exemplo, mas vai que você é mais esperto que eu, na divisão entre eu te roubar e você me roubar, você tire vantagem. Então é melhor não arriscar. É preferível fazer um pacto que ninguém vai roubar, pois não haverá risco. Mas se houver uma oportunidade que eu possa roubar você e ficar impune, entra o anel de Giges, ensina.
Outro exemplo que a professora aponta é a situação de excessão, que acontece em tumulto público, em qualquer lugar no mundo, quando pessoas de classe média saem quebrando vitrines e saqueando, pela simples oportunidade de impunidade.No momento da impunidade caem as máscaras da sociabilidade, da educação, de pessoas consideradas cultas, de boa formação, defensoras de causas nobres, como é o caso da cantora Karol Conká.
Neste confinamento a rapper acredita, inconscientemente, que está com seu anel de Giges. Que nada a atingirá e deixa cair a máscara que tão bem alimentou frente aos holofotes por vários anos. Quantas vezes somos Karol Conká durante o dia dentro de nossa cabeça? Somos realmente éticos por convicção, ou estamos éticos por coerção?
Esta exposição exagerada do confinamento colocou uma lente no problema do racismo reverso e na mitomania, que é uma doença que consiste em uma tendência mórbida para a mentira que ão têm necessariamente uma intenção por trás, mas tendem a favorecer quem as conta.
O que a Karol Conka têm para nos ensinar que não conseguimos verbalizar pois estamos usando o anel de Giges?
Fica a reflexão!