Empresa foi condenada pela Justiça a pagar R$1 bilhão por Americano com câncer
Uma indústria química e gigante do agronegócio foi condenada pela Justiça americana a pagar R$1,1 bilhão de reais a um homem que está com câncer causado por herbicidas da empresa Monsaca.
Um tribunal do júri considerou que a empresa sabia que seus herbicidas “Round Up” e “RangerPro” continham glifosato, substância que pode causar câncer, e que eram perigosos, alegando também que a empresa falhou em alertar os consumidores de forma tardia.
A empresa nega que a substância esteja ligada diretamente à doença e afirmou que iria recorrer da decisão.
O processo é só mais um dentre os mais de 5 mil casos similares em andamento nos EUA. Dewayne Johnson foi diagnosticado com linfoma em 2014, e seus advogados afirmam que ele usava este agrotóxico em seu trabalho em uma escola na Califórnia. Depois de um julgamento de oito semanas, os jurados decidiram na sexta que a empresa tinha más intenções e que seus herbicidas contribuíram, sim, para a doença de Johnson.
Em uma nota divulgada depois da decisão, a Monsanto diz que tem muita empatia com Johnson e sua família, mas que continuarão a defender vigorosamente seu produto, pois já tem um histórico de 40 anos de uso seguro
Há controvérsias sobre a relação do glifosato causar ou não câncer. Ele é um herbicida dos mais comuns do mundo e a discussão sobe a segurança do uso dele está longe de ser concluída, Em 2015 a Agencia Internacional de Pesquisa sobre câncer, parte da OMS, concluiu que o glifosato era provavelmente cancerígeno para humanos. No entanto, a EPA (agência ambiental americana) continua a insistir que o glifosato é seguro quando usado com cuidado.
Na Califórnia um juiz recentemente decidiu que o café tratado com agrotóxicos precisa conter um alerta sobre câncer, pois é dever do agronegócio alertar estes riscos à sociedade, apesar do Estado listar a substância entre os produtos químicos conhecidos por causar câncer, os alertas deveriam ser maiores para evitar transtornos futuros. Já na Europa a disputa em torno do glifosato também tem sido alvo de picuinhas. O presidente francês Emmanuel Macron está tentando banir a substância, apesar da resistência do Legislativo e do fato de que a Comissão Europeia renovou por mais 5 anos a licença para que este herbicida possa ser usado na União Europeia.