Demitidos em março, ex-funcionários de empresa terceirizada da prefeitura ainda não receberam parte de verbas trabalhistas

2015-04-10_190211

CCS Terceirização não teria realizado o pagamento por “problemas de caixa”, segundo gerente da filial em Bento Gonçalves  

A empresa terceirizada da prefeitura não pagou todas as verbas trabalhistas de pelo menos 20 ex-funcionários demitidos em março junto com outros 60.
Thiago Mayer e Arielson Rosa Oliveira, demitidos no mês de março da CCS Terceirização afirmam que ainda não receberam o fundo de garantia, nem o seguro desemprego. Na época, segundo eles, inúmeras pessoas foram informadas que seriam desligadas da empresa. Mayer, no entanto, diz que uma funcionária tentou induzi-lo a assinar um documento, que seriam dos 30 dias retroativos.
Segundo Mayer, o valor que tem aindapara receber chega a R$ 2800,00.
Conforme Mayer, foi informado no dia da demissão que estaria dentro do quadro das mais de 80 pessoas que estavam sendo desligadas.
Arielson Rosa Oliveira conta que “faz três meses que saí da empresa e não recebi nem o fundo de garantia, nem o seguro. Eles informam que precisamos esperar alguns papéis. Estou desempregado sem receber”, lamenta.
A Gazeta entrou em contato com a filial da empresa, em Bento Gonçalves, e após, algumas insistências, a gerente da empresa, Joana da Costa, aceitou em gravar entrevista. De acordo com Joana, apenas no mês de março 80 funcionários foram demitidos, destes, 22 ainda não receberam parte das verbas trabalhistas.
“Realmente tivemos problemas de caixa para quitar as rescisões, e ainda temos algumas pendências, mas pagamos quase todos. Até a metade da próxima semana todos devem receber o restante das verbas, como o FGTS e o seguro desemprego”, admitiu.
A gerente garantiu que todos funcionários receberam a verba rescisória, e que a empresa tem que pagar apenas a multa do FGTS e providenciar a liberação dos documentos para o seguro desemprego.
A CCS conta hoje com um quadro de aproximadamente 614 funcionários.

O que diz o advogado
do Sitracom
Vanderlei Zortea, advogado do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Bento Gonçalves, confirma que a CCS tem o hábito de demitir e contratar diversas vezes. O advogado revela que a empresa demora em torno de 20 dias para enviar as documentações de um funcionário demitido, o que segundo ele, pode ser feito em até três dias.
“Não é justificável o fato da empresa procastinar 20 dias para enviar uma documentação. Não é o procedimento correto. O caminho para o funcionário que se sentir prejudicado é entrar na justiça contra a empresa e a prefeitura”, explica.