Evento na Embrapa Uva e Vinho debate inovações no descarte de agrotóxicos

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A Embrapa Uva e Vinho vai sediar o III Workshop Latino Americano sobre Biobeds (leitos biológicos), de 12 a 14 de setembro. É a primeira vez que o Brasil recebe este evento, possibilitando ao público alvo que conheça as novidades em tecnologias para descartar adequadamente embalagens e resíduos que podem contaminar o solo e a água em função das atividades agrícolas.
Os Biobeds são estruturas simples, mas funcionais, que já vêm sendo usadas em diversos países do mundo. Esta tecnologia é u m sistema de biopurificação para minimizar a contaminação dos solos por agrotóxicos.
“O sistema reproduz o modelo de atenuação, que acontece livremente na natureza, porém em uma situação criada para favorecer e acelerar o processo. Entre os pontos positivos da tecnologia, destacam-se o baixo custo, alta eficiência, segurança ambiental e adaptação às pequenas e grandes propriedades rurais”, afirma o pesquisador da Embrapa Uva e Vinho e coordenador do evento, Luciano Gebler.
Mário Fujii do Inpev/Brasil vai abordar o tema sobre o descarte das embalagens de defensivos agrícolas e como dar destinação às embalagens vazias de agrotóxicos: “é um sistema que irá demonstrar o que é o processo de logística reversa na devolução de embalagens vazias e seus resultados, tanto quantitativos, comparativos aos outros países como em relação à ecoeficiência”, comenta Fujii. O IBAMA também vai apresentar o descarte de produtos perigosos.
Já, o representante do Ministério de Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), Ricardo Dourado,, vai analisar as estratégias para definição de políticas locais para o uso de biobeds: “nas cadeias de agronegócios que usam defensivos, existe a necessidade de fazer tratamento do resto das aplicações e o produto da lavagem. O Biobed é uma boa alternativa tecnológica que está disponível ao produtor rural, técnica e economicamente possível para o produtor se enquadrar na legislação ambiental. De acordo com o CONAMA, não se pode lançar produtos tóxicos no meio ambiente e o Biobed é esse tratamento.”
A programação do III Workshop Latino Americano sobre Biobeds está dividida em quatro painéis: histórico da tecnologia, documentos e estratégias para a definição de políticas locais para o uso dos Biobeds, lançamento de publicações técnicas sobre Biobeds e boas práticas agrícolas e ambientais e apresentação de resumos científicos. Palestrantes latino-americanos de universidades, instituições de pesquisa e organizações ligadas ao meio ambiente participam do evento.
O III Workshop Latino Americano sobre Biobeds acontece no auditório do Centro Técnico da Unidade de pesquisa, na Rua Livramento 515, Bento Gonçalves, RS. Mais informações na página do evento (http://www.embrapa.br/uva-e-vinho/eventos/biobed). As vagas são limitadas.

O Sistema Biobed Brasil

O Sistema é constituído de uma estrutura simples, originalmente um fosso cavado no solo, impermeabilizado ou não, preenchido com uma mistura de solo agrícola, palha e turfa, denominado de substrato, sobre o qual é plantado uma cobertura de grama que irá receber os resíduos de agrotóxicos. O substrato poderá ser utilizado por períodos de até 12 meses sem necessidade de substituição, dependendo da intensidade de uso.
O Biobed permite uma aeração melhor do que existe no solo, favorecendo processos aeróbicos para degradação de agrotóxicos no ambiente. Após determinado tempo, variável segundo o contaminante e as condições ambientais do meio onde ocorre a degradação, as moléculas de agrotóxico que restarem estarão fortemente fixadas por adsorção nos microporos das argilas ou da matéria orgânica do solo.
Seguindo a recomendação original para substratos descartados do Biobed, o material deve ser armazenado por um período de seis meses na forma de compostagem, considerando essa etapa como um fator adicional de segurança na degradação e dissipação dos resíduos de agrotóxicos.
Após essa fase de compostagem, recomenda-se a dispersão do substrato antigo nas áreas agrícolas da propriedade rural, de forma que todo o efluente e resíduo gerado nos processos produtivos da propriedade permaneça controlado dentro dos seus limites físicos e legais.