Quando alguém ultrapassa os 105 anos, é praticamente impossível prever qual será o seu tempo de vida
A expetativa de vida as pessoas está aumentando de forma geral, na grande parte do mundo, sendo assim, atualmente não é algo extraordinário encontramos pessoas vivas com mais de 100 anos.
A novidade é que, de acordo com um estudo realizado pela Universidade de Roma La Sapienza e publicado pela revista “Science” nesta semana, o envelhecimento humano possui um limite. Os autores da pesquisa dizem que, quando uma pessoa atinge os 105 anos, o envelhecimento é interrompido.
Isso significa que, depois dessa idade, é praticamente impossível dizer qual será a duração da vida das pessoas. “Se existe um limite biológico para a vida humana, ainda não foi verificado”, disse à ANSA a coordenadora do estudo, Elisabetta Barbi, do Departamento de Estatística da Sapienza.
A análise foi feita entre 2012 e 2015, com base em dados de 3.886 pessoas na faixa dos 105 anos, no mínimo. Com isso, os pesquisadores descobriram como a idade influencia no risco de óbito, mas que, em determinado momento (após os 105 anos), essa chance estaciona.
“Por exemplo, com 50 anos, o risco de morrer no próximo ano é três vezes maior do que quando se tem 30. E, quando chegamos nos 60 ou 70 anos, as chances de falecer dobram a cada oito anos. Se você for sortudo o suficiente para viver 100 anos, suas chances de chegar ao próximo aniversário são de 60%”, diz o relatório. Outro dado obtido com a pesquisa é que “para as gerações de nascimento mais jovens, os níveis de mortalidade são levemente mais baixos”, falou Barbi.
Um estudo similar sobre o perigo de óbito em idades mais extremas foi realizado com outras espécies de animais, como insetos, o que faz pensar que exista uma explicação do ponto de vista evolutivo para a interrupção da velhice.
A descoberta do limite para o envelhecimento, segundo Barbi, “não somente dá uma resposta clara e certa sobre as taxas de mortalidade, como é crucial para a compreensão dos mecanismos na base da longevidade humana e para o desenvolvimento futuro das teorias de envelhecimento”.
Para ela, é a primeira “confirmação do papel desempenhado pela sobrevivência seletiva, ou seja, o fato de que sobrevivem os indivíduos menos frágeis ou vulneráveis às enfermidades ou à morte”, concluiu.