Dormir menos de 5 horas pode aumentar o risco de depressão, diz estudo

2015-04-10_190211

Pegue no sono: 6 dicas de especialistas para desacelerar a mente na hora de dormir

Noites de sono bem dormidas estão diretamente relacionadas ao desenvolvimento de transtornos psicológicos, como depressão ou ansiedade. De acordo com um novo estudo feito por cientistas da University College London, na Inglaterra, o problema começa com as dificuldades para dormir.

Segundo a pesquisa, publicada na revista Nature na sexta-feira (20), pessoas que dormem menos de cinco horas por noite têm maior probabilidade de desenvolver um quadro depressivo. Os resultados apontam que aqueles com predisposição genética para dormir menos têm 2,5 vezes mais probabilidade de desenvolver sintomas depressivos nos próximos quatro a 12 anos.

A equipe reuniu os dados genéticos e de saúde de 7.146 indivíduos com idade média de 60 anos. A análise foi baseada nas características genéticas, e não no tempo que elas realmente dormiam a cada noite.

Segundo a pesquisadora Odessa Hamilton, principal autora do estudo, levantamentos anteriores descobriram que algumas particularidades do material genético humano estão ligadas à capacidade de pegar no sono.

Depressão entre idosos

De acordo com o estudo, 11,47% de todos os idosos que participaram da pesquisa relataram experiências de depressão.

“O sono abaixo do ideal e a depressão aumentam com a idade, e com o fenômeno mundial do envelhecimento populacional, há uma necessidade crescente de compreender melhor o mecanismo que conecta o quadro depressivo e a falta de sono. O estudo estabelece bases importantes para futuras investigações sobre a intersecção entre genética, sono e sintomas depressivos”, afirma Odessa.

Higiene do sono

Embora o material genético tenha papel significativo na hora de dormir, existem práticas de higiene do sono capazes de ajudar as pessoas a descansar melhor. Veja algumas dicas:

  • Evite o uso do celular na cama;
  • Evite consumo de álcool à noite;
  • Regule a temperatura do quarto para ter um ambiente agradável;
  • Evite tirar cochilos durante o dia;
  • Pratique atividades físicas diariamente.

Pegue no sono: 6 dicas de especialistas para desacelerar a mente na hora de dormir

Estima-se que seis em cada dez pessoas apresentam sintomas regulares de insônia. Destes, ao menos 10%, apresentam esses sintomas há meses ou anos. A condição tem como principais sintomas os problemas para adormecer no início da noite, acordar no meio da madrugada, ter a sensação de fadiga diurna, dificuldade de concentração, letargia ou mau humor.

Muitas relatam que quando vão para a cama, se sentem despertas e alertas. Em artigo publicado no The Conversation, pesquisadores do Instituto Adelaide para Saúde do Sono, da Universidade Flinders, na Austrália, dão seis dicas para não sentir mais esse incomodo ao dormir. Confira:

Associe a cama com o sono

 

A cama foi feita para dormir. Quanto mais tempo as pessoas passam fazendo outras atividades nela, o corpo e o cérebro começam a aprender que a cama é um lugar para realizar outras atividades que não relacionadas ao sono. Entre as principais recomendações, é usá-la apenas para dormir ou ter intimidades, todas as outras atividades devem ocorrer fora da cama e, de preferência, em outro quarto.

Ir para a cama apenas quando estiver com sono (quando seus olhos estão pesados e você pode facilmente adormecer), também pode ajudar a ter uma melhor relação com o processo de dormir.

Se ainda estiver acordado após 15 minutos na cama, tente levantar e ir para outro quarto fazer algo relaxante, como ler um livro, ouvir rádio, atualizar algumas tarefas ou fazer palavras cruzadas, até o sono vir novamente. Porém, é necessário evitar tarefas estimulante, como o uso de telas, jogos ou tarefas do trabalho.

Outra recomendação é sair da cama no mesmo horário todas as manhãs e evitar longos cochilos durante a tarde para não prejudicar o sono à noite.

Se distraia com pensamentos afetuosos

 

Tentar pensar em coisas positivas, como uma memória boa que viveu naquele dia, ou um filme que assistiu, pode distrair de pensamentos negativos que levam a preocupação, sintomas de alerta e tiram o sono. O processo é chamado de “reorientação cognitiva”.

Memórias excessivamente positivas ou negativas podem causar um aumento no estado de alerta e na atividade mental.

Deixe as preocupações para o outro dia

 

Caso as preocupações venham à mente durante a noite prejudicando o sono, é importante que você já tenha programado um tempo durante o dia para lidar com elas. Anotando-as, por exemplo, em um caderno, pode ajudar a aliviar a tensão. Quando elas surgirem momentos antes de adormecer, pode lembrar que elas não foram esquecidas, estão anotadas e serão resolvidas na manhã seguinte.

Apenas relaxe

 

Com os problemas e preocupações anotados, um sono mais relaxante é mais fácil de acontecer. Uma maneira de relaxar é tensionar e relaxar progressivamente grupos musculares em todo o corpo, conhecido como terapia de relaxamento muscular progressivo guiado. Exercícios respiratórios, música suave e imagens visuais também podem ser adequados e auxiliar no sono.

Ter uma “zona tampão” antes de deitar, ou seja, um tempo sem trabalho, televisão, computador, ou qualquer outra atividade estimulante e que possa causar desconforto, preocupação ou ansiedade, também é importante para conseguir relaxar antes do sono.

Acordar durante a noite é normal

 

O sono ocorre em diferentes “ciclos” durante a noite. Cada ciclo dura cerca de 90 minutos e inclui diferentes estágios de sono leve, profundo e de sonho (REM), ou seja, é normal ter breves despertares no sono durante a noite. O problema é acordar, mexer no celular e perder totalmente o sono.