O hábito de “doomscrolling”, ou seja, o consumo excessivo de notícias negativas, pode afetar seriamente a saúde mental, afirmam especialistas.
O consumo constante de notícias negativas, também conhecido como “doomscrolling”, pode ter efeitos adversos significativos sobre a saúde mental. Este comportamento, que envolve a busca incessante de informações negativas nas redes sociais e em outros meios de comunicação, tornou-se mais evidente durante a pandemia.
O professor de Coaching e Psicologia Positiva, Christian van Nieuwerburgh, da Universidade de Medicina e Ciências da Saúde, na Irlanda, explica que o doomscrolling está conectado à predisposição humana em ficar alerta ao perigo. Isso funciona como um mecanismo de sobrevivência, pois o consumo de notícias negativas permite que nosso subconsciente se prepare para enfrentar ameaças potenciais.
No entanto, o hábito incontrolável de doomscrolling tem efeitos negativos comprovados pela ciência, e apesar disso, muitos ainda relutam em moderar esse comportamento. Nieuwerburgh salienta a necessidade de administrar, e não necessariamente eliminar, o doomscrolling.
Para ajudar a controlar o doomscrolling, Nieuwerburgh propõe cinco diretrizes:
- Estabelecer um tempo diário específico para acompanhar as notícias, de forma a evitar o consumo contínuo de informações.
- Evitar o “viés de confirmação”, tendência de buscar informações que apoiam nossas crenças pré-existentes.
- Verificar sempre a fonte das notícias, para entender melhor o propósito e a motivação por trás da divulgação dessas informações.
- Reconhecer que o mundo não é simplesmente “preto e branco” e que há diversas nuances em questões complexas. Por isso, é importante estar aberto a diferentes perspectivas.
- Tentar equilibrar o consumo de notícias negativas com notícias positivas para contrapor o chamado “viés da negatividade”.
Ao seguir essas recomendações, é possível gerenciar a prática do doomscrolling, mantendo-se informado sem prejudicar a saúde mental.