Faltando dois dias para a chegada da Páscoa, os ovos caseiros e os famosos ovos de colher conquistaram um número maior de consumidores, que estão trocando os tradicionais ovos de chocolate e buscando opções artesanais e mais baratas. A Gazeta conversou com doceiras de Bento Gonçalves, que encontraram na veia empreendedora um campo fértil de trabalho.
A doceira Luciana Rodrigues trabalha há mais de três anos na produção de chocolates artesanais, e é através das redes sociais que fomenta clientes e faz crescer a marca. Com quase 6 mil curtidas no Facebook, a página Lu Cakes (marca criada por Luciana) conta com vídeos promocionais e fotos exclusivas dos produtos.
“Tanto o face como o Instagram são ótimas ferramentas e com baixo custo. As pessoas também estão um pouco mais exigentes, querendo um produto personalizado, já que no mercado tradicional encontram a mesma coisa. Aqui no atelier em época de Páscoa oferecemos produtos diferentes. Neste ano, por exemplo, abrimos uma nova vertente com ovos de colher sem glúten e lactose”, comenta.
Com o aumento de clientela, Luciana capricha nos doces e na expansão da marca. As vendas para a Páscoa deste ano, no entanto, não devem superar 2017. “A Páscoa deste ano não será pior que do último ano, mas pelo levantamento que fiz devo vender mais ou menos a mesma quantidade de chocolate. Mas neste início de 2018 tivemos um plus também porque fizemos ovos institucionais para as empresas presentearem os colaboradores”, salienta.
A produção artesanal ganhou notoriedade nos últimos anos, e algumas doceiras estão há mais de cinco anos produzindo chocolate em casa, como é o caso da Camila Borges, que há pelo menos seis anos produz os próprios produtos. Camila está otimista quanto às vendas desta Páscoa. “Este ano está melhor que o ano passado e projeto uma melhora de pelo menos 10% nas vendas”, almeja.
Camila que também trabalha com vendas através do Facebook está com uma produção intensa, principalmente nesta semana. “Tenho uma clientela que pede sempre, mas esse ano trabalhei só com encomenda para não ter perda, e estou produzindo bastante. Posso dizer que em uma semana produzi em torno de 100 ovos de colher”, afirma.
O trabalho artesanal nem sempre é única fonte de renda, mas sim uma renda extra para quem procura recursos para abrir o próprio negócio. Nice Bettoni é auxiliar de cozinha de um hospital da cidade, mas desde 2012 produz chocolate artesanal em casa. “Eu comecei a produzir ovos de colher ainda quando era novidade por aqui, e desde aquela época estamos inovando, seja na decoração mais atraente, passando até pela embalagem. Na época eu queria uma renda extra, mas hoje já é minha maior renda”, diz.
Ainda de acordo com Nice, que produz de 6 a 7 quilos de chocolate por semana, as vendas de 2018 devem superar de 2017. “Até o momento as vendas deste ano já estão superando do ano passado, e quanto ao diferencial dos ovos caseiros e de colher, o cliente poder montar o produto do jeito que quiser, escolhendo sabores preferidos e decoração mais elaborada”, sintetiza.
O mercado do
chocolate artesanal
O mercado de chocolates está cada vez mais competitivo, o que representa uma ótima oportunidade para quem quer investir nesse ramo de negócio. Para o Sebrae, quem trabalha com chocolate artesanal costuma atender mercados específicos, realidade diferente do mercado de chocolates industrializados, que são produzidos em grande escala.
Estrutura
A instalação da área de produção não requer espaço físico muito grande. Será necessário apenas equipar com fogão, micro-ondas, geladeira, pia, bancada de trabalho, armários, utensílios domésticos e uma pequena área de estoque de produtos.
Compra e venda
É preciso saber comprar. É aconselhável não investir em embalagens e enfeites muito caros, já que é possível se especializar no atendimento a determinados públicos ou trabalhar com vários deles. Outra dica importante é colar nos chocolates uma etiqueta com o telefone, facilitando futuras encomendas.
Legislação
A legislação é muito exigente com aqueles que trabalham com alimentos, por isso é preciso ficar atento às normas da Vigilância Sanitária. É importante fazer o curso de manipulação de alimentos e não se descuidar da higiene do ambiente de produção, dos utensílios e de quem prepara os alimentos.
Caso o empreendedor deseje vender os produtos para restaurantes, loja de presentes e outros estabelecimentos, é necessário e imprescindível criar uma etiqueta que contenha a data de fabricação e validade do produto, bem como os ingredientes utilizados. Por fim é preciso comunicar a Vigilância Sanitária sobre o início da produção.