Delegado da PF afirma que não foi encontrado nenhum indício de participação das vinícolas no crime de condição análoga ao escravo

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Em coletiva de imprens Capitão Rodrigo Fausto Mendes, da corregedoria da BM, e o delegado da PF, Adriano Medeiros Amaral,  descrevem os resultados da operação realizada em Bento Gonçalves na manhã desta sexta-feira

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta sexta-feira (17/3), a Operação Descaro, de combate ao trabalho escravo na região da Serra Gaúcha. Foram feitas buscas e apreensões na residência e empresa  do maior envolvido no crime, o empresário Pedro Oliveira Santana e na residência do policial Militar acusado de maus tratos aos safristas na pousada.

Sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos pelos agentes, sendo seis deles em Bento Gonçalves e um em Garibaldi.

Foram encontradas  na casa do empresário várias armas e munições  registradas, mas  municiadas, o que é proibido por lei, além de documentos, celulares e mídias de armazenamento.

Segundo o Delegado, a polícia Federal está apurando junto ao Ministério do Trabalho “ se a jornada ( nas vinícolas e nas casas dos agricultores) eram mesmo estendidas e exaustivas”.

Quanto à participação das vinícolas, o delegado foi categórico:  “até o presente momento – e  nós pesquisamos bastante nas provas que tínhamos aqui –  não foi encontrado nenhum indício da participação das vinícolas no crime de  condição análoga ao escravo”.

“A gente fez todo um levantamento do material já recolhido. O que a gente viu foi um contrato de fornecimento de mão de obra por uma empresa terceirizada”

Quanto à suspeita de envolvimento de policiais militares noticiada por maus tratos  acontecidos na pousada “ estamos apurando se elas tinham relação com o trabalho desempenhado pelos  safristas”

Segundo o Capitão Rodrigo Mendes,  “ foi instaurado um inquérito militar para apurar os fatos.  Desde então uma equipe está na região para investigar detalhadamente o caso, e foi identificada a participação de um policial militar, fora de seu horário de expediente”.

 “Ficou constatado que não houve a participação de outros policiais militares, até o presente momento da investigação”.

  “Estamos em apoio à polícia Federal, no cumprimento de mandado na casa deste policial,  no colhimento de provas  técnicas( celular e dispositivos de mídias) e verificamos então  houve somente a participação deste policial, em horário de  folga, e não como policial militar,”.