Cresce 77% o número de motoristas com problemas de visão no Brasil, chegando a 25,4 milhões

2015-04-10_190211

Dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia apontam aumento significativo em uma década

O número de motoristas brasileiros com restrições na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) devido a problemas de visão aumentou quase 80% nos últimos dez anos. Em 2014, 14,4 milhões de motoristas precisavam usar óculos ou lentes de grau para dirigir, número que saltou para 25,4 milhões em 2024, segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).

Os dados, divulgados nesta segunda-feira (15), foram baseados em informações da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran). As restrições visuais representam atualmente 91% de todas as anotações nas 27,9 milhões de CNHs emitidas no Brasil. O aumento reflete a importância da saúde ocular e a necessidade de prevenção e diagnóstico precoce de doenças oculares.

Entre os fatores que contribuem para a crescente demanda por cuidados oculares estão o envelhecimento da população, a exposição prolongada a telas de celulares e computadores, e o aumento de doenças crônicas como diabetes e hipertensão. Além disso, hábitos de alimentação inadequada, sedentarismo e obesidade também têm impacto.

O Rio Grande do Norte, a Paraíba e o Rio de Janeiro apresentam as maiores proporções de CNHs com restrições visuais, com 42%, 38% e 34% dos condutores, respectivamente. Por outro lado, o Acre tem o menor percentual, com 20% dos motoristas apresentando alguma restrição visual.

Comparando os dados de 2014 com 2024, os estados que registraram os maiores aumentos percentuais de condutores com restrições visuais foram Goiás (129%), Tocantins (128%) e Roraima (125%). O Distrito Federal teve o menor aumento, com 40%.

As restrições mais comuns nas CNHs brasileiras incluem o uso obrigatório de lentes corretivas, com cerca de 25 milhões de motoristas, e visão monocular, com 351 mil casos. Há também 152,1 mil motoristas que não podem dirigir após o pôr do sol.

O pedido de inclusão de anotações na CNH é feito pelo médico de tráfego durante a avaliação exigida para a concessão ou renovação da habilitação. Essa análise considera a acuidade visual, campo de visão e capacidade de enxergar à noite. Caso identifique problemas, o médico orienta o candidato a buscar uma avaliação especializada com um oftalmologista.