Cpers e 16ª CRE divergem sobre a greve dos professores

2015-04-10_190211
Greve parcial dos professores continua em Bento Gonçalves

Escolas do município continuam em greve parcial, com alguns professores e funcionários sem trabalhar

A greve dos professores do Rio Grande do Sul continua afetando a vida escolar dos alunos. Em Bento Gonçalves a situação continua polêmica, já que existe uma divergência de informações entre a 16ª Coordenadoria de Educação e o Cpers (Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul). Enquanto a 16ª afirma que a greve terminou em Bento, a diretora do 12º núcleo do Cpers, Juçara de Fátima Borges, diz categoricamente que professores e funcionários de algumas escolas continuam paralisados.
“Tem professores e funcionários em greve sim, portanto a greve continua em Bento. Estes professores vão ter que recuperar os dias perdidos. Não tem a quantidade que tinha, mas ainda tem professores e funcionários sem trabalhar”, afirma. O número baixo de educadores em greve não impede o funcionamento das escolas. Todas instituições de ensino estão funcionando normalmente. Em outras regiões do estado, no entanto, a realidade é diferente e o governo, o que segundo Juçara, é uma estratégia para enfraquecer o movimento, está realocando alunos para instituições que estejam funcionando normalmente.
Nesta segunda-feira,23, pais de alunos matriculados em escolas já começaram a pedir a transferência dos estudantes para as que estejam funcionando normalmente, por decisão da Secretaria Estadual de Educação do Rio Grande do Sul. Desde o dia 5 de setembro, os professores estaduais estão em paralisação, reinvindicando o fim do parcelamento dos salários do funcionalismo gaúcho.
Inicialmente, o foco da ação será os estudantes do nono ano do ensino fundamental e no terceiro ano do ensino médio. Como precisam trocar de escola, na maioria dos casos, ou ingressar em uma universidade, não podem perder os prazos para a formatura. Até sexta-feira (20), um mês e duas semanas de aulas foram perdidos do ano letivo.
Por orientação da secretaria, cada coordenadoria regional mapeia as escolas que poderão receber os estudantes dos colégios em greve.
Segundo a Seduc, 2,8% das escolas estão totalmente paralisadas, e 30% apresentam greve parcial. Já o Cpers, sindicato que representa a categoria, informa um dado diferente, contabilizando o número de profissionais, entre professores e funcionários, em paralisação: 60% aderiram a greve.

Para Cpers, medida é ‘blefe’
Em comunicado, o Cpers classifica como “blefe” a iniciativa de remanejar os estudantes. Segundo o texto, há prejuízos na qualidade do ensino com a transferência, pois “ficam afetadas as relações de grupo, especialmente entre os adolescentes, já estabelecidas na turma e na escola”. O Cpers ainda cita a questão dos deslocamentos dos alunos, que precisará ser revisto se eles forem para uma nova escola.