Com quase 2.400 casos de DDA em pouco mais de 40 dias, o aumento de adição de cloro de 0,5 para 0,9 miligramas por litro se fez necessário
A Vigilância Epidemiológica, de Bento Gonçalves, acompanha sistematicamente os atendimentos dos casos de diarreias agudas no município. Entre a segunda quinzena de setembro e a última quarta ( 26) o setor de epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde, foram contabilizados 2.35 casos de Doença Diarreica Aguda (DDA), no município, mostrando que a situação ainda é de alerta.
Segundo José Rosa, coordenador da Vigilância Epidemiológica, do total de casos de Bento Gonçalves, 33,8% está na faixa etária menor de 20 anos (crianças e adolescentes). A grande maioria dos doentes tem 20 anos ou mais (66,2%). Cerca de 53,9% dos doentes reside em 12 bairros: São Roque, Santa Helena, Ouro Verde, Vila Nova I e II, Aparecida, Zatt, Borgo, Municipal, Humaitá, Progresso e Botafogo.
Nas primeiras duas semanas deste mês, a Vigilância Epidemiológica enviou para o Laboratório Central do Estado (LACEN), amostras de fezes dos doentes. Até o momento, o LACEN informou que três amostras resultaram positivas para o Norovírus. As demais amostras ainda estão sendo analisadas.
Além de diarreia, um número menor de doentes relatou episódios de vômito e de dor abdominal. A febre não tem sido um sinal predominante entre os casos.
Água tratada
A Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) decidiu, segundo nota da assessoria de cominicação da estatal, aumentar em 80% o nível de cloro na água que abastece os 317 municípios gaúchos atendidos por ela, após surto da DDA se espalhar por várias cidades do Rio Grande do Sul.
De acordo com a Companhia, a quantidade de cloro aumentou de 0,5 para 0,9 miligramas por litro. A Corsan garante que o aumento está dentro do que permite a legislação e que não vai afetar o consumo. A medida serve para prevenção contra o aumento dos casos da doença.
Causa, tratamento
e prevenção
A DDA é uma síndrome causada por vários agentes etiológicos (bactérias, vírus, parasitas), cuja manifestação predominante é o aumento do número de evacuações que podem ser aquosas ou de pouca consistência. Pode vir acompanhada de vômito, febre e dor abdominal. No geral são autolimitadas com duração de 2 a 14 dias.
O tratamento é de natureza eminentemente sintomática, através da reidratação oral. Ocasionalmente a soroterapia é uma conduta preconizada em algumas situações para evitar a desidratação severa.
As principais medidas de controle e prevenção incluem a lavagem de mãos frequente, especialmente após ida ao banheiro, trocas de fraldas e antes de comer ou preparar a comida. A lavagem cuidadosa de frutas e vegetais de preferência com cloro, devem seguir as orientações contidas no rótulo da embalagem do produto. Cuidados com a água para consumo humano como, por exemplo, a fervura da água não tratada e o não consumo dela se a fonte não for segura são medidas importantes para o controle de agentes etiológicos de transmissão principalmente hídrica.
Nota técnica da
Corsan
A Corsan publicou em seus canais de comunicação o informativo que a estatal “realiza seus processos de clarificação, filtração, desinfecção e fluoretação conforme preconiza a legislação do Ministério da Saúde através da Portaria de Potabilidade, realiza monitoramento continuo da água distribuída a população efetuando ajustes e aplicando os produtos indicados para o devido tratamento em especial o cloro, principal agente desinfetante recomendado pelos órgãos de saúde, o qual de forma preventiva foi elevado em todas os municípios onde a Corsan atua. Desta forma, a água que chega aos consumidores recebe rigorosos processos de tratamento visando a segurança hidro sanitária da população.
No entanto, visando a continuidade desta seguridade adquirida pelos processos realizados pela Corsan, a população necessita ter e realizar alguns cuidados, sendo alguns deles:
– Privilegiar a utilização de fontes de abastecimento seguros e comprovadamente desinfetados, como as Companhias de Saneamento, seguindo as recomendações dos órgãos de saúde;
– Promover a limpeza periódica dos reservatórios internos, no mínimo uma vez ao ano, visando evitar acumulo e proliferação de agentes contaminantes;
– Manter a assepsia dos utensilio domésticos de preferência com solução clorada;
– Promover a higienização das mãos de forma adequada e frequente, com água e sabão;
– Promover a higienização de alimentos a serem utilizados frescos (verduras, legumes, etc.);
– E em caso de utilização de água de fontes não seguras realizar a fervura desta antes de sua utilização por no mínimo 5 minutos.
Em caso de dúvidas quanto a água fornecida pela Corsan, entrar em contato com a Corsan através dos canais de comunicação.
Em caso de duvidas relativo à Doença Diarreica Aguda (DDA) entrar em contato com o órgão de vigilância em saúde pelo fone 150.”