Segundo a polícia, os suspeitos usam nota de produtores rurais no estado para “esquentar” a mercadoria ilegal.
Especialistas afirmam que a entrada ilegal pode trazer riscos de novas pragas nas lavouras e prejuízos na exportação de grãos.
Existe outro risco, afirma o professor da faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Aldo Menegotto Jr: a contaminação da soja por agrotóxicos proibidos que pode trazer riscos à saúde.
As polícias Civil, Federal e Brigada Militar investigam esquema de contrabando de soja na Fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina.
No lado argentino da fronteira, a soja foi vista sendo colocada nos barcos com uma espécie de escorregador. A travessia é feita pelo Rio Uruguai até chegar ao Brasil, na cidade de Tiradentes do Sul, noroeste do RS.
Em 2020, a cidade de Tiradentes do Sul produziu 7 mil toneladas de soja, segundo o IBGE.Número diferente que consta na emissão de notas fiscais pela prefeitura, que somou 42 mil toneladas: 35 mil toneladas é a quantidade de soja “esquentada” da Argentina.
Na última semana, uma operação da Polícia Federal com o apoio da Brigada Militar apreendeu 60 toneladas de soja contrabandeada em Esperança do Sul. Também foram recolhidos tratores, guinchos e caçambas usados para transportar as cargas.