Conheça as 15 profissões que têm atraído a atenção de jovens da geração Z

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Mais empreendedores e com a criatividade latente, os jovens da geração Z tendem a procurar profissões que permitam ascensão mais rápida

A definição de geração Z surgiu a partir do termo “zapear”, que significa mudar as coisas de forma rápida e repentina, explica o consultor Gilberto Wiesel. Nascidos depois de 1995, os jovens Z são nativos digitais e multifuncionais. Isso significa que estão acostumados a receber uma imensidão de informações e, consequentemente, vivem em um mundo de infinitas possibilidades. Comparados aos seus predecessores, a geração Y, são mais críticos, exigentes e dinâmicos. Sabem o que querem e, principalmente, o que não querem. Mais empreendedores e com a criatividade latente, os jovens da geração Z tendem a procurar profissões que permitam ascensão mais rápida, de acordo com o especialista. As carreiras que demandam muito tempo para se chegar ao topo, como por exemplo a medicina, terão dificuldade em atrair essa nova geração imediatista, apostam os especialistas. Quanto antes esses jovens puderem entrar no mercado de trabalho e colocar sua expertise à prova, mais motivados estarão. Trabalhos que não tenham inovação, que são metódicos, também não devem atrair essa geração. Mais consciente das questões ambientais e de seu papel na sociedade, a geração Z poderá dar mais valor às ocupações ligadas à sustentabilidade. Profissões atreladas ao mundo da tecnologia também seguem com força e atratividade. A Gazeta reuniu 15 carreiras que têm tudo para fisgar os profissionais do futuro.

Engenharia ambiental ou gestão Ambiental
A análise integrada das questões ambientais, própria da engenharia ambiental, é uma atividade que deve atrair os jovens Z, segundo aposta do consultor Gilberto Wiesel, especialista no desenvolvimento de competências. “Percebo uma preocupação maior em relação ao meio ambiente. A geração Z tem mais consciência do seu papel na sociedade”, concorda Maurício Sampaio, coach de carreira.

Ciências naturais
“Profissionais da área de ciências naturais podem trabalhar em escolas, ministrando disciplinas de ciências e meio ambiente ou ainda em planos e projetos de conscientização ambiental, elaboração de materiais didáticos e acadêmicos sobre o tema. “Se você pegar a grade curricular das escolas, já vai encontrar muita coisa sobre o tema de sustentabilidade e meio ambiente”, diz Maurício Sampaio.

Ecologia
O crescimento urbano desordenado fez surgir grandes aglomerações urbanas que crescem mais com o passar dos anos. “Ainda não temos soluções para as questões ambientais das megacidades”, diz Eline Kullock. Por isso, preservação e recuperação de recursos naturais e criação de espaços verdes em centros urbanos são atividades que podem atrair mais atenção da geração Z.

Nutrição orgânica
A popularidade crescente de programas de TV comandados por figuras como Bela Gil provam que a alimentação saudável está na ordem do dia. “O jovem valoriza a sustentabilidade e traz isso para a mesa”, explica o professor e especialista em comunicação Dado Schneider. Assim, profissões ligadas à nutrição orgânica têm tudo para se tornar cada vez mais populares no futuro.

Engenharia agrícola e de pesca
O crescimento populacional é uma realidade que vai demandar profissionais capacitados para o trabalho na produção de alimentos. O plantio e cultivo em regiões próximas às megacidades do futuro é uma atividade citada por Eline Kullock, especialista no estudo de gerações. “Com o trânsito caótico, o transporte de alimentos terá custo inviáveis”, afirma a especialista.

Engenharia hidráulica
A área é uma aposta do consultor Gilberto Wiesel. A geração Z já convive com a falta de recursos naturais, daí a maior consciência ambiental ser um ponto em comum entre esses jovens, como citam especialistas. Exploração, uso e gestão dos recursos hídricos são assuntos que ganham força com o passar dos anos e pedem soluções inovadoras e urgentes, o que pode atrair mais interesse para o campo de trabalho.

Oceanografia
O estudo de ambientes aquáticos também pode ser atrativo para uma geração preocupada com questões ambientais. A preservação da fauna e flora de oceanos, mares, rios, lagos e zonas costeiras e a análise da composição de suas águas é um trabalho que pode ganhar mais destaque dentro de alguns anos, segundo Gilberto Wiesel.

Biotecnologia e biossistemas
“Por serem multifuncionais, os jovens da geração Z têm uma rapidez fantástica para lidar com muitas coisas ao mesmo tempo”, diz Gilberto Wiesel. O caráter multidisciplinar de biotecnologia e biossistemas tem tudo a ver com isso. Com a possibilidade de atuar em diversos setores, como o agrícola e industrial, este profissional combina estudos de biologia, química, física, estatística e informática para desenvolver técnicas ou produtos nas áreas química, de saúde, de alimentos e ambiental.

Engenharia de energias
Se a produção de alimentos é desafio, sistemas de geração, transporte, transmissão e distribuição de energia (sobretudo limpa) também são. O trabalho com fontes renováveis como energia hidrelétrica, solar ou eólica se apresenta como caminho mais atraente. “O estudo de novas fontes de energia também é muito promissor e a geração Z deverá ter êxito nessa área”, diz Maurício Sampaio, orientador profissional.

Design de jogos
Criar e desenvolver jogos eletrônicos para as mais diferentes plataformas é uma aposta de atividade profissional atrativa para a geração Z, segundo Gilberto Wiesel. E a atividade vai muito além do entretenimento puro e simples. Se as escolas já se renderam aos jogos educativos, executivos, também há algum tempo, utilizam jogos não só nas salas de descompressão, mas também como ferramenta de diagnóstico e melhora de desempenho profissional.

Empreendedorismo ou trabalho em startup
Assim como a Y, a geração Z tende a recusar modelos tradicionais de trabalho, afirma o professor Dado Schneider. Por isso, é natural que se interesse pela ideia de criar sua própria empresa. Outra possibilidade é atuar em startups. “Empresas que estão começando permitem que cada um participe bastante, dê sua cara para o negócio, o que faz brilhar os olhos do jovem”, explica Martina Zago, gerente da consultoria Randstad.

Desenvolvimento de software
“É uma área que tem sido bastante sedutora para uma geração que é fluente em tecnologia”, diz Eduardo Bahiensi, sócio- fundador da Controller Education, empresa especializada em desenvolver soluções tecnológicas para a melhoria da educação. Por lá, diz ele, 80% dos funcionários são jovens. O caráter empreendedor da geração Z, destacado pelo consultor Gilberto Wiesel, tem sido muito proveitoso para a empresa, segundo Bahiensi.
“Desenvolvemos um aplicativo (App to Class) que é gratuito e que permite compartilhamento de conteúdo entre professores e alunos, por ideia e iniciativa dos jovens da nossa equipe”, diz. Segundo ele, para colocar o projeto em prática foi criada uma espécie de startup que tem sido incubada dentro da própria Controller Education.

Tecnologia da informação
“Queridinha” da geração Y, a área de TI é ainda mais atraente para a geração Z, nativa digital por excelência. “Por serem mais criativos, os jovens Z deverão procurar profissões que possam proporcionar o desenvolvimento e implementação de seus projetos”, diz o consultor Gilberto Wiesel, que destaca o forte senso de empreendedorismo presente nesse grupo.

Computação gráfica
Profissões que não exigem faculdade, apenas cursos técnicos têm tudo para cair nas graças da Geração Z, segundo Gilberto Wiesel. “Penso que a característica mais marcante dessa geração seja justamente essa impaciência que tem com o tempo. Querem tudo para ontem e em alta velocidade”, diz. Nesse contexto, o trabalho com computação gráfica para desenvolver projetos de animação, ilustração e vídeo surge como atrativo e com possibilidade de alcance mais rápido para os jovens profissionais.

Gestão de mídias sociais e marketing digital
Segundo Martina Zago, gerente da consultoria Randstad, a geração Z “nasceu” conectada às mídias sociais. Por isso, conhece muito bem o poder de comunicação das redes – e como atingir pessoas por esses canais. O mesmo vale para a área de marketing digital: a familiaridade com campanhas publicitárias na internet e com a dinâmica do e-commerce é um diferencial competitivo evidente para os mais jovens.

As seis características da Geração Z
Pragmáticos – Estes jovens são realistas ao extremo, práticos e em busca de satisfazer sua necessidade financeira e enriquecimento pessoal (no campo emocional e sensorial). São adeptos do pensamento lógico, autodidatas e responsáveits. Em resumo: vivem de forma pragmática. Essa característica é mais evidente ainda no Brasil pós-crise.
Indefinidos – para a Geração Z, o importante é não se definir. O “eu” é seu reino e seu lugar. Quebram e contestam vigorosamente todos os estereótipos e não ligam para definições de gênero, idade ou classe. Hipervalorizam o próprio eu, e por isso, desconstroem os rótulos, valorizando a identidade fluida. Exaltam a individualidade, entendem a diferença. É a geração dos amigues.
Conversadores – Um traço surpreendente dos novos jovens é que eles constroem e não rompem. Dialogam, entendem e agregam. São avessos à polarização, compreendem a diferença. O diálogo é a ferramenta e a rede, seu campo de conciliação. São ativistas, compassivos e ponderados.
Selfies reais – Veja um jovem por volta de 18, 20 anos e você terá uma pessoa que se mostra por inteiro e sem máscaras. É a primeira geração que vive a ressaca da vida em rede. A hiperexposição e polarização desmedida dos Millennials dá lugar à espontaneidade e à vivacidade. São autênticos e espontâneos, expõem suas fragilidades, intimidade explícita e valorizam a transparência.
Comunaholics – Os “Zs” transitam por múltiplas comunidades e gostam de fazer parte de diversos grupos. Não importa a ideologia ou a corrente de pensamento. Sempre há um ponto de conexão entre as pessoas. Por isso, são radicalmente inclusivos, têm grande poder de mobilização e seu interesse se conecta amplamente com a diversidade.
Meme Thinkers – Claro, é uma geração que adotou um novo código universal, baseado em memes e emojis. Usam a linguagem por códigos para exercitar sua capacidade crítica com leveza e humor. Uma linguagem conectada com o agora com múltiplas referências, além de gigantesco poder viral.
Em resumo, essa é a geração que busca a verdade acima de tudo. E, por consequência, será consumidora apenas do que for verdade.
Os desdobramentos dessa busca são evidentes: como nenhuma outra geração precedente, os “Zs” são realmente multitarefa: conversam com alguém, enquanto enviam Snaps para outro grupo em um show, chamam um Uber e enviam whats para o grupo da escola. A noção de tempo sequencial dá lugar ao tempo paralelo, conectado, mobilizável. E a vida em rede deve trabalhar para expurgar tudo o que é falso ou artificialmente criado ou comunicado.

Ética singularidade e acesso
Os reflexos do comportamento da geração Z formarão o maior abismo geracional já registrado. Poucos modelos existentes são referenciais para estes jovens. Isso porque na cabeça deles, empresas precisam ser radicalmente éticas, acessíveis e singulares. Isso significa que eles buscam empresas nas quais o marketing é o guardião da ética e não das promessas vãs e da comunicação unidirecional. Claramente, o Z valoriza muito mais o acesso do que a posse, característica já latente nos Millennials, mas visceralmente potencializada.
Finalmente, a singularidade irá exigir que cada consumidor seja reconhecido como único, justamente porque prevalece o “reino do eu”. Como o Z é hipercognitivo, capaz de transitar por múltiplas realidades, ele também é hiperpersonalista. Quer a experiência radicalmente customizada. Viva a segmentação do um.
A exigência por verdade nas empresas terá de acontecer de fora para dentro e de dentro para fora. Saem as black boxes e entram as glass boxes. Transparência absoluta, defesa veemente de causas reais e atuação rigorosa e constante como agentes de transformação serão condicionantes para que as empresas possam ter o direito de seguir existindo.
Se a Geração Z conseguir exercer o poder que prenuncia, a transformação hoje em curso será vista com saudosismo em poucos anos. O consumo da verdade exigirá empresas capazes de atuarem de forma singular, acessível e fundamentalmente ética.