Cientistas criam preservativo smart que se lubrifica sozinho

2015-04-10_190211
A grande vantagem do tratamento é que o preservativo mantém a lubrificação durante todo o ato, enquanto lubrificantes a base de óleo perdem sua capacidade depois de alguns minutos

Pesquisa foi financiada por instituição filantrópica criada por Bill Gates

 

Cientistas da Universidade de Boston desenvolveram uma camisinha autolubrificante. Diferentemente dos produtos à venda atualmente, que usam óleo de silicone para lubrificação, o preservativo smart responde aos fluidos corporais, fazendo com que a própria superfície fique escorregadia quando em contato com a pele humana.
A invenção tem como objetivo aumentar o uso do preservativo, tendo em vista que muita gente dispensa o método contraceptivo alegando desconforto, principalmente os homens. O estudo teve apoio da Fundação Bill e Melinda Gates, instituição filantrópica criada por Bill Gates e sua esposa.
O que os pesquisadores fizeram foi revestir a camisinha com um polímero que prende moléculas de água. Ao entrar em contato com os fluidos expelidos durante a relação sexual, o material retém uma fina camada de água em sua superfície, tornando-a escorregadia.
A grande vantagem do tratamento é que o preservativo mantém a lubrificação durante todo o ato, enquanto lubrificantes a base de óleo perdem sua capacidade depois de alguns minutos. Nos testes de laboratório, após 15 minutos de fricção do látex com uma superfície imitando a pele, a camisinha tradicional gerou o dobro do atrito em relação à revestida com o polímero.
A equipe de pesquisadores também conduziu experimentos com 33 pessoas de 24 e 58 anos, sendo 13 homens e 20 mulheres. Deste grupo, 85% considerou o preservativo inteligente mais escorregadio do que o tradicional e 73% disse preferir a camisinha com revestimento de polímero à com lubrificante de óleo de silicone.
Além disso, dos participantes que disseram nunca usar camisinha, 57% manifestaram que considerariam usar o preservativo criado na Universidade de Boston. “Os próximos passos incluem a fabricação do preservativo (sob boas práticas de fabricação) e a realização de um estudo de marketing com casais”, disse o químico Mark Grinstaff, um dos autores do artigo publicado na The Royal Society Open Science, ao site Digital Trends. Por enquanto, os pesquisadores não divulgaram informações sobre o preço do produto, que também é descartável, assim como os preservativos normais.
Vale lembrar que essa não é a primeira camisinha smart existente. O i.Con é um preservativo inteligente que promete acompanhar a relação sexual do usuário, fornecendo informações sobre a quantidade de calorias perdidas, velocidade e tempo de duração. No entanto, ao contrário do esperado, o produto não protege de doenças sexualmente transmissíveis e não evita gravidez. Seu preço é de 60 libras (aproximadamente R$ 290, em conversão direta e sem impostos).