Ciência: Por que você não deveria acreditar em alma gêmea

2015-04-10_190211
  • Hoje é Dia dos Namorados e tem muita gente desesperada por aí. Se esse não é o seu caso, mesmo assim leia esta reportagem. Ela tem dicas fundamentais para conseguir entender como lidar com o amor

Quando se trata de amor, seu tempo é o daqueles que acreditam haver um parceiro ideal em algum lugar esperando por você? Ou prefere ver um relacionamento como algo a ser construído? A resposta a essa pergunta pode dizer muito sobre a sua vida amorosa.

Em um estudo, os psicólogos sociais Spike WS Lee, da Universidade de Toronto, e Norbert Schwarz, da Universidade do Sul da Califórnia, investigaram como as pessoas veem o amor. E descobriram que, apesar de haver um número aparentemente ilimitado de opiniões, a maioria delas se encaixa em uma dessas duas visões: ou o amor remete a uma unidade perfeita (o que se revela em frases como “fomos feitos um para o outro”, “você é minha outra metade”) ou é visto como uma jornada (“veja quão longe chegamos”, “passamos por todas essas coisas juntos”).

Essas duas visões envolvem uma diferença fundamental na hora de enxergar os efeitos dos conflitos sobre a relação. Quem acredita no amor com algo que estava predestinado a acontecer vê os conflitos como algo ruim e se sente menos satisfeito na relação quando eles aparecem; quem valoriza a jornada enxerga os conflitos como algo que tem o potencial de fazer a relação se fortalecer.

Os autores construíram uma série de testes com casais que estavam em um relacionamento de longo prazo. No primeiro deles, os voluntários tiveram de completar um observado sobre sua visão do amor e de relacionamentos. Depois, foi pedido a alguns deles que se lembrassem de conflitos que tiveram com seu parceiro romântico, enquanto outro grupo teve de se lembrar de bons momentos. No final, ambos os grupos tiveram de dizer seu nível de satisfação com o relacionamento.

Como era de se esperar, lembre-se de momentos bons deixaram todo mundo mais satisfeito. Mas pensar nos perrengues teve efeitos diferentes: aqueles que acreditaram na ideia de predestinação se admiraram mais insatisfeitos com a relação; por outro lado, aqueles que valorizavam a trajetória não foram acolhidos por essas lembranças.

“Nossas descobertas corroboram pesquisas anteriores que mostram que as pessoas que pensam implicitamente nas relações como uma união perfeita entre as almas gêmeas têm relacionamentos mais antigos do que pessoas que pensam nas relações como uma jornada que envolvem crescer e resolver as coisas juntas”, disse o Prof. . Lee ao Medical Xpress . “Aparentemente, diferentes maneiras de falar e pensar sobre o relacionamento amoroso levam a diferentes maneiras de avaliar-lo”.

Moral da história: se você quer um relacionamento amoroso duradouro e bacana, trabalhe por ele e não fique simplesmente esperando que a magia aconteça.

O estudo foi publicado no Journal of Experimental Social Psychology.

MASSSSS….. se você está sofrendo por amor…. leia o próximo texto ( 2 min de leitura)

Placebo cura coração partido: simmmmm

Em um teste, lembre-se de que o fim de um relacionamento foi menos doloroso para quem estava sob efeito de um “spray mágico” – que na verdade não tinha medicação

Placebo é bom para tudo. Até para essa barra que é gostar de você. É o que comprova uma pesquisa liderada pela  psicóloga norte-americana Leonie Koban, da Universidade do Colorado.

Em termos técnicos, o teste ousado foi assim descrito: “nós usamos ressonância magnética em seres humanos para examinar o efeito placebo em uma experiência de vida particularmente impactante, a dor social induzida por rejeição romântica recente”. Chique, não?

Em bom português, o que Koban queria era ver se dá para enganar a cabeça de quem levou um belíssimo pé na bunda nos últimos seis meses – e fazer esses fiéis ouvintes de Pablo do Arrocha pensarem que a vida solteira, afinal, não é tão ruim assim.

O golpe foi baixo: um grupo de voluntários recém-largados foi dividido ao meio. Todos eles receberam um  spray de solução salina nas narinas – uma substância inócua, típica da mochila de quem sofre de rinite alérgica e tem o nariz entupido. A metade que deu bem foi insuportável que o líquido tinha propriedades terapêuticas e seria capaz de diminuir o sofrimento. Já a metade fadada à tristeza, que serviu de grupo de controle, ouviu que aquele era só um procedimento padrão antes do exame.

Depois, todos foram enfiados em uma máquina de ressonância magnética, onde viam fotos dos antigos parceiros e foram estimulados a relembrar o termo em seus mais sórdidos e vis detalhes.

Não deu outra: quem achou que o soro era remédio realmente ficou resiliente e aceitou melhor o fim do relacionamento – o exame detectou padrões de atividade cerebral com muito menos “sofrência”.

Segundo o pesquisador, esse é um passo importante nas pesquisas que analisam os efeitos do placebo aplicados a problemas psicológicos. Hoje, boa parte do que se sabe sobre a atuação dessas substâncias vem de testes clínicos tradicionais – um fato irônico considerando que, nesse caso, quem cura o corpo é a mente.