Caem as exportações da indústria de transformação no RS

2015-04-10_190211

Recuo alcançou 5,2% em fevereiro, apenas 13 segmentos aumentaram receita

 As exportações da Indústria de Transformação caíram mais de 5% no Rio Grande do Sul em fevereiro, apresentando um faturamento total de US$ 1,2 bilhão. O recuo chegou a 5,2% frente ao mesmo mês de 2023, puxado principalmente pelo declínio de 5,2% das quantidades vendidas, já que os preços médios reduziram pouco, apenas 0,1%. Dos 23 segmentos exportadores, somente 13 apresentaram aumento de receita no RS. “Ainda seguimos com problemas na demanda externa. O mercado menos aquecido afeta diretamente o Rio Grande do Sul, que tem uma indústria diversificada e bastante exportadora”, diz o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), Gilberto Porcello Petry.

De acordo com os resultados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Alimentos foi o segmento que mais se destacou no mês, tendo US$ 353,8 milhões (-US$ 108,2 milhões ou -23,4%) de faturamento. Em linha com o observado na Indústria de Transformação, preços médios (-12,4%) e quantidades (-12,6%) apresentaram retração quando comparados ao mesmo mês de 2023. O ramo alimentício que mais vendeu foi o de abate de aves, com mercadorias adquiridas pelos Emirados Árabes Unidos.

Em segundo lugar, Tabaco apresentou faturamento de US$ 172,2 milhões, elevação de US$ 47,8 milhões ou +38,4%, resultado influenciado por uma base de comparação menor em fevereiro de 2023. Indo na direção oposta do setor, preços (+20,4%) e quantidades (+15%) apresentaram incremento forte. O ramo que mais se destacou foi o de processamento industrial do tabaco, tendo a China e a Bélgica como destinos principais de seus produtos.

O terceiro segmento com maior venda externa em fevereiro, o de Químicos, faturou US$ 116,9 milhões (+US$ 31,3 milhões ou +36,5%). Houve um incremento na demanda pelos bens do segmento, com preços médios subindo 17,5%, enquanto a quantidade aumentou 16,2%. O ramo de produção com maior destaque foi o de resinas termoplásticas, especialmente para a Bélgica e para a Argentina.

Em relação ao acumulado dos dois primeiros meses de 2024, a Argentina, terceiro país que mais comprou do Estado, atrás de China e Estados Unidos, deu uma contribuição significativa para este desempenho ruim das vendas da Indústria de Transformação. Houve uma retração de 17,2% comparando-se o primeiro bimestre de 2024 com o primeiro de 2023. Na comparação mensal, ocorreu um recuo de 5,9% nas exportações para a Argentina.

 

IMPORTAÇÕES – O Rio Grande do Sul importou US$ 868,5 milhões em mercadorias estrangeiras em fevereiro de 2024, retração de US$ 161,5 milhões frente ao mesmo período de 2023 (-15,7%). A maior parte da demanda centrou-se em produtos provenientes da Indústria de Transformação, tendo o segmento de Químicos como principal destaque. As compras gaúchas do ramo de intermediários para fertilizantes e de adubos e fertilizantes foram os principais destaques do segmento.