Brasil terá nova operadora de telefonia nacional

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Claro, Vivo e TIM arrematam faixa principal do leilão do 5G

O Brasil contará com uma nova operadora de telefonia móvel com autorização para oferecer o serviço em todo o país. Isso porque a Winity II Telecom Ltda, ligada ao Fundo Pátria, venceu, nesta quinta-feira (04), a disputa pelo primeiro lote do leilão do 5G.
Logo depois, Claro, Vivo e TIM arremataram lotes na faixa de 3,5 GHz (gigahertz), considerada a principal do leilão do 5G realizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O leilão começou nesta quinta-feira e deve terminar só amanhã (5). Ainda serão analisadas as propostas para as faixas de 2,3 GHz e de 26 GHz.
As frequências têm finalidades específicas e em cada faixa as empresas dão os lances em lotes diferentes. Os lances vencedores na faixa de 3,5 GHz foram: R$ 338 milhões (ágio de 5,18%, valor acima do mínimo previsto no edital) da operadora Claro para o lote B1; R$ 420 milhões (ágio de 30,69%) da Vivo para o lote B2; e R$ 351 milhões (ágio de 9,22%) da TIM para o lote B3.
O edital previa ainda um quarto lote na faixa de 3,5 GHz, com abrangência nacional, mas não houve lance. O direito de exploração das faixas será de até 20 anos.
O país já teve quatro empresas, mas perdeu uma depois que a Oi decidiu vender seu braço de telefonia móvel em meio a um processo de recuperação judicial. Com a chegada da Winity, portanto, o país voltará a ter quatro empresas com autorização para oferta nacional do serviço.
As regras estabelecidas pela Anatel para o leilão do 5G permitem que a criação de redes neutras no país. Isso significa que as empresas que arrematarem os lotes, podem, se assim quiserem, alugar essas frequências para outras empresas prestarem o serviço de telefonia de quinta geração.
O que é o 5G?
O 5G é a quinta geração de telefonia móvel. Considerado um grande marco tecnológico, o padrão pode viabilizar carros autodirigíveis, procedimentos médicos a distância, automação completa de linhas de produção, vigilância e monitoramento de todo o tráfego urbano, além de entretenimento em altíssima qualidade e conectividade semelhante à encontrada em países desenvolvidos.
Qual a diferença do 5G para o 4G?
Enquanto a tecnologia 1G tinha velocidade de 2kbit/s e o 4G garantia tráfego de 1Gbit /s, o 5G terá velocidade para baixar informações de até 100Gbit/s. Enquanto a latência (diferença na resposta na transmissão de dados) era de 60-98 milissegundos no 4G, no 5G ela será reduzida para menos de 1 milissegundo.
O 5G permite mais dispositivos conectados, o que é relevante com o crescimento da comunicação máquina a máquina; aumenta a velocidade de conexão, o que reduz a dificuldade na comunicação em tempo real, streaming, jogos, transferência de arquivos; diminui a latência (resposta da conexão), contribuindo para que os dispositivos móveis trabalhem mais rápido; e tem maior capacidade de banda, o que é importante diante do aumento de informações que são publicadas e circulam na internet, seja a criação de mais conteúdo ou a melhoria da qualidade, como no áudio ou na definição em vídeo.
O uso exige aparelhos compatíveis?
Sim. Os requisitos para a certificação de tais aparelhos para rede 5G já foram aprovados pela Anatel, permitindo que dia a dia o quantitativo de modelos certificados seja incrementado. De acordo com a agência, o primeiro smartphone homologado compatível à tecnologia 5G no Brasil foi lançado no final de junho de 2020. Mas, mesmo com o aparelho em mãos, para que o 5G funcione é necessária a implantação das redes pelas prestadoras.
Quando a tecnologia estará disponível no país?
A partir do leilão, as empresas terão as faixas de frequência para explorar serviços baseados na tecnologia, e caberá a elas fazer o lançamento desses serviços. A licitação prevê que elas comecem a oferecer o 5G até 31 de julho de 2022.
Vai custar mais caro?
Questionado pela Agência Brasil sobre o mercado e os preços que deverão ser praticados com a chegada da nova tecnologia, o secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Artur Coimbra, afirmou que há uma tendência ao avanço tecnológico com a manutenção de preços, e que a adoção do padrão 5G não será elitizada. “Na prática, haverá uma melhora na dinâmica do custo-benefício. Em telecomunicações, há um fenômeno conhecido de avanço tecnológico sem necessariamente reajuste de preços”, explicou.
Os celulares 4G continuarão a funcionar?
Sim, da mesma forma que os com tecnologia 3G e 2G em todas as evoluções tecnológicas dos celulares. Não há previsão para que os sistemas anteriores sejam descontinuados.