Brasil confirma caso de sarampo após 3 anos sem a doença

2015-04-10_190211

Vítima é bebê venezuelano que imigrou para o país; há ainda outros sete registros em investigação em Roraima, sendo um de brasileiro

Livre do sarampo há quase três anos, o Brasil informou na última semana ter registrado um caso confirmado da doença e outros sete suspeitos no Estado de Roraima. Sete dos oito registros são de cidadãos venezuelanos que migraram para o Brasil afetados pela crise no país vizinho, onde surtos de sarampo e malária são realidade. A outra vítima da doença é um bebê brasileiro morador de Boa Vista.
Os dados causaram alerta no Ministério da Saúde diante da possibilidade da expansão do vírus entre imigrantes e brasileiros não vacinados. A preocupação se justifica principalmente pelo fato de a cobertura da vacina tríplice viral (que protege contra o sarampo) estar abaixo do esperado em várias regiões do País. Em Roraima, apenas 84% do público-alvo recebeu as duas doses da vacina no ano passado, enquanto a meta é imunizar 95% desse grupo.
“Essa é uma doença altamente contagiosa, com facilidade de provocar surtos. Mesmo que tenhamos cidades ou áreas com altas coberturas, alguns bolsões com baixo índice de vacinados podem registrar surtos”, alerta a médica Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
A ameaça, caso se concretize, também pode fazer o Brasil perder o certificado de eliminação do sarampo, emitido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2016.

Medidas
Diante do quadro em Roraima, o Ministério da Saúde vai enviar, a pedido do governo do Estado, 80 mil doses extras do imunizante para intensificar a vacinação em brasileiros e imigrantes. Em Roraima, 1,9 mil venezuelanos foram vacinados desde o dia 13.
Uma equipe do ministério viajou para o Estado para auxiliar no planejamento das atividades de investigação e imunização. Ainda nesta semana, a pasta “realizará um treinamento para os profissionais de saúde do Estado e da capital Boa Vista, sobre aspectos gerais da doença e ações de vigilância epidemiológica”