Bento fica na décima posição do ranking de evasão escolar no Estado

2015-04-10_190211
Cerca de 30% dos alunos que haviam abandonado a escola acabaram voltando aos estudos

Cerca de mil estudantes deixaram de frequentar aulas em 2017

No ano passado, 976 alunos entre 4 e 17 anos deixaram de frequentar a escola em Bento Gonçalves. Desses, 560 eram da rede estadual, 415 da municipal e apenas um da particular. Os dados da Ficha Comunicação de Aluno Infrequente (FICAI), divulgados pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, colocam o município na décima posição estadual, na frente de cidades com maior número de habitantes, como Sapucaia do Sul (11°-974), Cachoeirinha (12°-957), Uruguaiana (13°-948), Santa Maria (15°-622), São Leopoldo (19°-542) e Santa Cruz do Sul (22°-508).
Segundo o conselho tutelar Leonides Lavinicki, a estatística é preocupante. “Demonstra que falta a prioridade em políticas públicas que incentivam o jovem a permanecer na escola”, explica. “Em Cachoeirinha, por exemplo, a prefeitura aplicou um programa intitulado ‘Mais Educação’, que fomenta a continuidade do aluno na escola”, acrescenta o conselheiro. “Bento é o décimo oitavo município em número de habitantes, m

as está em décimo no ranking da infrequência. Esse dado é alarmante”, salienta.

Resistência do aluno
O principal motivo que leva o estudante à evasão escolar em Bento Gonçalves, de acordo com o FICAI, é a resistência, seguida pela suspeita de negligência (do Estado, em caso da falta de vaga ou do familiar responsável) e distorção de idade/série. Outros fatores, tais como falta de transporte escolar, suspeita de envolvimento com drogas e gravidez na adolescência figuram na lista. Os mesmos pontos também são os causadores da infrequência dos alunos gaúchos, que só em 2017 contabilizaram um montante de 58.114 estudantes a abandonarem os estudos.

Abandono aos 13 anos
O mês campeão de abertura de Ficai é em agosto. Para Lavinicki, isso se deve ao fato de que é o mês de retorno das férias de inverno. Tanto em Bento Gonçalves quando no Rio Grande do Sul, o índice atinge o ápice na idade dos 13 anos (6° ano). Enquanto que nos anos anteriores a média é de 20 alunos por turma, o 6° chega a 102. Já no ensino médio, o mesmo é observado na primeira série do Ensino Médio (119 estudantes).

30% retornam às aulas
O conselheiro tutelar afirma que desses quase mil alunos, cerca de 30% retornaram à escola, depois da notificação formal dos pais. “Mas estes jovens precisam querer ir para a escola. Se nada for feito, será preciso construir mais presídios no futuro”.

Conselheiro tutelar Leonides Lavinicki avalia como preocupante a posição de Bento Gonçalves