Sem conseguir interessados em participar de uma licitação de um túnel que ligaria o bairro São João ao bairro São Roque, facilitando a vida dos que têm que atravessar uma movimentada e perigosa BR, Pasin insiste pela quarta vez em deixar uma batata quente para seu sucessor. Com menos de um ano ainda no comando da cidade e, obviamente sem a conclusão de uma obra com esta envergadura, nenhum empreiteiro de porte quer se arriscar a enfrentar este desafio. Pasin precisa desesperadamente de uma obra para chamar de sua, já que os sete anos de gestão inaugurou apenas duas escolas iniciadas por seu antecessor e asfaltou (como todos outros prefeitos em fim de mandato) algumas ruas da cidade.
Fora isto, as 100 obras prometidas ufanisticamente em suas duas campanhas, devem ser preenchidas por pinturas de cordões e faixas de segurança. No site da prefeitura a contabilidade das obras nem chega a isto. Mas, seguindo a velha escola que o colocou na cadeira de gestor da maior faturamento do município, Pasin discursa com entusiasmo e emocionado com seu reflexo no espelho, com tantos troféus que “conquistou”.
As próximas eleições se aproximam e permanecem os interessados de sempre na cadeira principal da casa amarela, uns mais camicazes e outros feijão com arroz de sempre, mas todos assutados com a possível batata quente do túnel, que na versão do mentor de Pasin, chegou a ser apresentada com pompa e circunstância a ligação da Assis Brasil com a avenida Humberto de Alencar Castelo Branco em 2016.
Histórico do desinteresse
O primeiro edital, lançado em 23 de outubro de 2019, após sucessivas reduções de orçamento, teve resultado deserto, ou seja, não teve interessados. O valor inicialmente orçado para a obra, em edital publicado em agosto de 2019, havia sido de R$ 12.308.409,81. Após as retificações, o orçamento na licitação de outubro ficou em R$ 8.544.662,96, valor 30,5% menor. Os motivos das revisões de custos foram questões técnicas, segundo o Ipurb.
O segundo edital de licitação previa um investimento de R$ 9.485.882,38, já que o volume de rochas no solo e consequente necessidade de mais explosões de 30%, passou para mais de 50%.
No terceiro edital, de dezembro de 2019, o valor do edital já estava em R$ 10,7 milhões, pois teve um reestudo e a necessidade de contrução de uma pista lateral secundária no viaduto.
O quarto edital prevê abertura de envelopes dos interessados no dia 3 de fevereiro.