A presença de anticorpos, mesmo que diminuam com o tempo, é muito persistente, aponta estudo
Os anticorpos que neutralizam a Covid-19 permanecem no sangue por pelo menos oito meses depois do contágio, revela um estudo italiano, afirmando que esta observação foi registrada “independentemente da gravidade da doença, da idade dos pacientes, ou da presença de outras patologias”. A pesquisa foi realizada pelo Hospital San Raffaele, de Milão, em colaboração com o Instituto Superior de Saúde (ISS), órgão que assessora o governo italiano em saúde pública.
Oito meses após o diagnóstico, apenas três pacientes de um total de 162 não testaram positivo para anticorpos, explicaram o San Raffaele e o ISS em um comunicado conjunto. Os pesquisadores italianos consideram que a presença precoce destes anticorpos é “fundamental para combater com sucesso o contágio, uma vez que quem não os produz nas duas primeiras semanas depois do contágio corre um maior risco de desenvolver formas graves de Covid-19”, ressaltaram.
Publicado na terça-feira (11), na Nature Communications, este estudo permitiu “mapear, de forma quase exaustiva, a evolução, no tempo, da resposta de anticorpos à Covid-19”, estimam o ISS e o San Raffaele. As primeiras amostras de sangue foram coletadas quando receberam o diagnóstico do contágio, entre março e abril de 2020, e as últimas, no final de novembro de 2020. Neste grupo, 57% sofriam de outra patologia além da covid-19 no momento do diagnóstico. Os mais frequentes foram hipertensão (44%) e diabetes (24%).