Analfabetismo diminui para 5,6% no país e 53% completa educação básica

2015-04-10_190211

 5,6% de brasileiros ainda não sabem ler e escrever; mais da metade da população terminou o ensino médio até 2022

 

O Brasil encerrou o ano de 2023 com uma queda ligeira nas taxas de analfabetismo e melhorias na educação básica. Pela primeira vez na história, mais da metade da população com mais de 25 anos completou a educação básica, que engloba o ensino fundamental e médio.

De acordo com a Pnad Contínua, a taxa de analfabetismo no Brasil diminuiu 0,5 ponto percentual entre 2019 e 2022, atingindo 5,6% da população com 15 anos ou mais em 2022, o que equivale a 9,6 milhões de pessoas.

A redução na taxa de analfabetismo foi observada em todas as faixas etárias. No entanto, entre os idosos com 60 anos ou mais, 16% ainda não sabiam ler ou escrever em 2022. Isso sugere que as gerações mais jovens têm um maior acesso à educação e são alfabetizadas enquanto crianças.

Quando analisamos por gênero, o analfabetismo entre os idosos afeta mais mulheres do que homens. No entanto, entre a população com 15 anos ou mais, a taxa é de 5,9% para homens e 5,4% para mulheres.

Embora tenha havido queda nas taxas de analfabetismo em todas as regiões, ainda existem disparidades significativas. O Nordeste tem a maior concentração de brasileiros com 15 anos ou mais que não sabem ler ou escrever, com 55,3% do total. A taxa de analfabetismo nessa região é de 11,7%. No Norte, esses números são de 6,4%. As demais regiões – Centro-Oeste (4%), Sul (3%) e Sudeste (2,9%) – apresentam taxas abaixo da média nacional.

As diferenças também são notáveis quando se considera a cor ou raça. Entre a população branca, a taxa de analfabetismo é de 3,3% para aqueles com 15 anos ou mais, subindo para 9,5% entre os idosos. Já entre pretos e pardos, 8,2% da população com 15 anos ou mais não sabe ler ou escrever, aumentando para 27,2% entre os idosos.

No que diz respeito à educação básica, a proporção de pessoas com 25 anos ou mais que concluíram o ensino médio continuou aumentando e atingiu 53,2% em 2023. Além disso, a parcela da população com ensino superior completo cresceu de 17,5% em 2019 para 19,2% em 2022.

Entretanto, as diferenças persistem quando consideramos a cor ou raça. Enquanto 60,7% dos brancos com 25 anos ou mais concluíram o ensino médio, apenas 47% dos pretos e pardos alcançaram esse feito.

Outro dado revelador é que pretos e pardos com 25 anos ou mais estudam, em média, 1,7 anos a menos do que pessoas brancas.

A pesquisa também indica uma leve queda na frequência escolar de crianças de 4 a 5 anos, passando de 92,7% em 2019 para 91,5% em 2022. No entanto, entre as idades de 6 a 14 anos, houve um pequeno aumento, chegando a 99,4%. A universalização do ensino nessa faixa etária já estava praticamente alcançada desde 2016, quando 99,2% das crianças frequentavam a escola.

A pesquisa Pnad Contínua, iniciada em 2012, substituiu a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) e a Pesquisa Mensal de Emprego (PME). Ela fornece informações conjunturais sobre a força de trabalho, incluindo dados sobre sexo, idade e cor ou raça dos moradores, além de aspectos sociais e demográficos do país.