Equipe formada por 16 alunos de graduação e pós esteve na regional Sul do programa Baja SAE Brasil
Um desafio que permite aos estudantes do campo das Engenharias aplicarem seus conhecimentos na prática mobilizou 16 acadêmicos da graduação e da pós-graduação da UCS Bento num evento envolvendo universidades do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná. Eles participaram da 20ª edição da etapa regional sul da Baja SAE Brasil, realizada neste mês em Criciúma (SC). Promovida pela Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE), a competição prepara os alunos ao mercado de trabalho a partir do desenvolvimento de um veículo off road.
O projeto para a construção do carro começou ainda no final de 2021, seguindo o regulamento do desafio, sob supervisão do professor Alexandre Mesquita, dos programas de pós-graduação em Engenharia de Produção e em Ensino de Ciências e Matemática. Ao longo do ano passado, a equipe da UCS Bento, a Bajagual, colocou a mão na massa e realizou toda a montagem e soldagem da estrutura. A produção de peças, com serviços de usinagem e corte a laser, foi feita de forma terceirizada. “Neste ano, otimizamos alguns itens que ainda eram utilizados por projetos de protótipos antigos, isso tudo caminhando junto com a disponibilidade orçamentária da equipe”, diz o capitão da equipe, o engenheiro mecânico Rafael Guzzo, acadêmico da pós-graduação especialização em Modelagem, Análise e Dimensionamento de Estruturas de Aço.
Na competição, os carros são submetidos a avaliações de projeto, segurança e conforto, além de provas que incluem, entre outros, a análise de aceleração e tração e um teste de resistência. Mas são as experiências oportunizadas pela participação no projeto o maior aprendizado para quem encara o desafio. “É uma experiência única de vivência de engenharia. Isso por se tratar de um projeto que envolve desde a concepção até a construção final e teste do que foi feito lá no início, passando também pela gestão de recursos, tempo e pessoas”, observa Guzzo, que participa desse projeto desde 2019.
Para ele, mesmo numa indústria é difícil, às vezes, ter a oportunidade para aplicar os conhecimentos e participar de todos os processos como no Baja SAE Brasil. “Quem não participa tem dificuldade de enxergar a grandeza desse evento para o crescimento profissional, além de toda exposição perante o mercado, as oportunidades de networking com outras universidades e com empresas que apoiam o evento e as vagas de emprego que se abrem”, analisa.
Para Mesquita, a experiência de participar da Baja SAE Brasil é enriquecedora. “As equipes passam o ano projetando o veículo, juntando conhecimento da sala de aula com suas próprias ideias de como cumprir as demandas do regulamento e gerar a melhor performance do veículo”, diz. O professor destaca, ainda, a riqueza do aprendizado. “Há um ponto fundamental nesse processo, passar pelo crivo da prática, em que serão destacados os méritos e apontadas as melhoras necessárias. Além disso, o clima da competição faz com que a ideia de vitória seja principalmente de conseguir evoluir, superando os próprios limites, o que é diferente de vencer a qualquer preço. As equipes se ajudam de bom grado, trocando informações e recursos, o que contribui para o crescimento geral. A participação em eventos como o Baja SAE Brasil não é só uma excelente oportunidade, mas sim, uma oportunidade fundamental para a boa formação de nossos engenheiros”, constata o professor.
A equipe Bajagual foi formada por alunos dos cursos de graduação de Engenharia Mecânica, Engenharia de Controle e Automação, Engenharia Automotiva e Engenharia Elétrica, e dos cursos de pós dos mestrados em Engenharia de Processos e Tecnologias e em Materiais e da pós-graduação especialização em Modelagem, Análise e Dimensionamento de Estruturas de Aço.